O Museu Nacional de Arte Antiga vai inaugurar, na quinta-feira, uma nova sala que ilustra a história dos presépios portugueses, produzidos entre o século XVI e o início do século XIX, destacando as oficinas de Lisboa.

De acordo com o museu, o percurso expositivo da nova sala, que é inaugurada às 18:00, é ordenado segundo a história artística, composto por 25 obras, incluindo presépios completos, grupos escultóricos e esculturas avulsas.

Todas as figuras apresentadas são em barro cozido e policromado, selecionadas entre a vasta coleção de presépios e esculturas do acervo do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA)

Entre as peças estão obras criadas por Joaquim Machado de Castro, António Ferreira, Silvestre de Faria Lobo, Faustino José Rodrigues e José Joaquim de Barros, conhecido como Barros Laborão.

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A nova sala – adianta o MNAA -, no edifício da rua das Janelas Verdes, será articulada com a Capela das Albertas, considerada “uma joia do Barroco nacional, cuja reabilitação se prevê para breve”.

Na nova sala dedicada aos presépios portugueses, criada com o apoio mecenático da Fundação Millennium BCP, poderão ser vistos “dos mais antigos fragmentos de figuras em barro, conservados em Portugal, até aos grandiosos conjuntos conventuais e palacianos do Barroco, que representam as múltiplas cenas reunidas à volta da Natividade de Cristo”.

“Entre o Classicismo e o Romantismo, o artifício das composições, dos cenários da natureza e da arquitetura, as figurações esculpidas ou os retratos de sociedade definem o género pastoril, introduzido na arte portuguesa através, precisamente, dos presépios”, acrescenta o Museu de Arte Antiga, numa nota de imprensa.

No início do percurso, surge um apontamento arqueológico constituído por fragmentos de figuras do presépio do Convento de Santa Catarina da Carnota, em depósito no MNAA, remanescentes do mais antigo conjunto de presépio português modelado em barro que se conserva no património nacional, datado do último quartel do século XVI.

A seguir, são apresentados os dois anjos provenientes do presépio desmembrado do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, concluído durante a última década do século XVII.

Na exposição são mostradas, depois, várias figuras avulsas demonstrativas da evolução do presépio barroco em Portugal, mostrando o desenvolvimento gradual de figuras de género que ilustram o presépio enquanto obra autónoma.

Nesta sequência, surgem presépios completos conservados dentro das suas maquinetas, também ordenados segundo a sua cronologia, que são o ponto de chegada de uma história de complexificação narrativa e, simultaneamente, de singularidade escultórica, como destaca o MNAA.

A partir do conjunto de escultores apresentados, são mostradas as várias oficinas de escultura sediadas em Lisboa, às quais se devem os presépios monumentais encomendadas por casas religiosas, pela família real e pela aristocracia.

É o caso dos presépios do Convento de Nossa Senhora das Necessidades, do Convento das Salésias, do Paço Patriarcal de São Vicente ou, ainda, o Presépio Kamenesky, originalmente executado para um dos infantes reais, destinado à chamada “Real Barraca da Ajuda”.

Este último núcleo servirá de introdução ao núcleo expositivo da Capela das Albertas, onde o percurso é encerrado com a apresentação do chamado presépio dos Marqueses de Belas.