Uma equipa de investigadores japoneses viu-lhe ser concedido o direito de ‘batizar’ o novo elemento 113, o primeiro da tabela periódica a ser definido por cientistas da Ásia, anunciou o instituto de investigação científica público Riken.

O centro estatal japonês informou que uma equipa, liderada por Kosuke Morita, conquistou esse direito junto das instituições científicas internacionais — a União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) e a União Internacional de Física Pura e Aplicada (IUPAP) –, após ter criado, com sucesso, o novo elemento sintético, por três vezes, entre 2004 e 2012.

Trata-se do primeiro elemento da tabela periódica a ser descoberto e batizado por cientistas asiáticos, sublinhou o instituto Riken. Os elementos sintéticos não surgem naturalmente na Terra, sendo produzidos artificialmente por via de experiências científicas.

“A IUPAC anunciou que vai ser dado ao grupo de Morita prioridade pela descoberta do novo elemento, um privilégio que inclui o direito de propor um nome para ele”, indicou o centro Riken em comunicado, no qual detalha que Morita, professor na Universidade de Kyushu, foi informado, através de uma carta, pela IUPAC na quinta-feira.

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O Japão tem uma tradição na investigação científica de que se orgulha, contando com aproximadamente 20 prémios Nobel na área das Ciências e na Medicina, dos quais dois foram conquistados em 2015.

O direito de propor um nome para o novo elemento da tabela periódica constitui uma boa notícia para o centro público Riken, dado que, no ano passado, viu a sua imagem beliscada pelo escândalo relativamente a um estudo, que chegou a ser apontado como revolucionário, sobre reprodução de células estaminais, ao admitir que o mesmo, liderado por uma jovem investigadora do centro e publicado pela revista Nature, continha partes “fraudulentas”.

A IUPAC confirmou, posteriormente, a boa nova para os japoneses.

“A equipa do Riken no Japão preencheu os critérios para o elemento 113 e vai ser convidada a propor um nome e um símbolo permanentes” para o mesmo, o qual foi designado, temporariamente, de Ununtrium (Uut), referiu o órgão máximo neste campo e responsável por determinar a autoria das descobertas.

A IUPAC revelou, entretanto, que uma equipa de cientistas russos e norte-americanos ganhou, por seu turno, os direitos de nomear outros três elementos da tabela — o 115, 117 e 118.

A tabela periódica, por vezes designada de tabela de Mendeleïev (do nome do cientista russo que criou a primeira versão em 1869), agrupa os elementos químicos classificados em função da sua composição e propriedades químicas.