Tony Carreira foi distinguido na sexta-feira com a medalha de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras pelo governo francês. O artista anunciou-o na sua conta no Facebook, revelando depois uma situação que o deixou desagradado e que daria que falar. É que o cantor queria receber a homenagem na Embaixada de Portugal em Paris, algo que seria negado.

“Hoje [sexta-feira] recebi formalmente a medalha da condecoração que tão gentilmente o Governo Francês (pela Ministra da Cultura e da Comunicação) me concedeu ‘Chevalier de l’Ordre des Arts et des Lettres’ – Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras – uma homenagem que muito me sensibiliza e que quero partilhar com o meu público, sem o vosso apoio não estaria hoje a ser homenageado”, escreveu no Facebook.

E continuou: “Quando tomei conhecimento desta condecoração, pedi se seria possível entregarem-me a medalha na embaixada de Portugal em Paris (a embaixada do meu país), pedido recusado pelo Sr. Embaixador de Portugal em Paris, tive pena, fiquei triste, mas não mexe em nada com o meu orgulho em ser português, e hoje quero partilhar esta honra com todos os portugueses. Obrigado a França por esta homenagem, ao me homenagearem estão a homenagear Portugal! TC”. À data deste artigo, a sua publicação na rede social contava já com quase 1500 comentários, 20 mil likes e quase duas mil partilhas.

No sábado, o embaixador português na capital gaulesa, José Filipe Moraes Cabral, afirmou à TSF que a polémica não fazia sentido. E defendeu porquê: “Seria um bocadinho estranho que uma condecoração francesa fosse imposta na embaixada de Portugal e porventura até por mim, pois não é essa a prática corrente.”

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José Filipe Moraes Cabral lamentou que Tony Carreira se tenha sentido “melindrado”, mas afirma que seguiu o protocolo. “Não houve qualquer intenção [de o melindrar], mas apenas atuar de uma forma consistente com a prática internacional que tem regras”, disse à rádio.

Ao Diário de Notícias, uma fonte da embaixada lusa foi mais crua: “Não se atribui a condecoração de um país na embaixada de outro país.” O cantor, conta o mesmo diário, não compreende a razão. “E porque não? França é um aliado que quis homenagear um português. Portugal não pode abrir as portas de casa a essa homenagem?”, questionou, afirmando ainda a desilusão em nunca ter chegado à fala com o embaixador — o cantor português recebeu um email da secretária da embaixada a negar o pedido.

“No meu país hão-de valorizar-me quando tiver um pé para a cova”, vaticinou Tony Carreira ao DN. O artista disse ainda ser irónico que seja o governo francês o primeiro a condecorá-lo.