O líder do PSD afirmou esta quarta-feira, em Oxford (Reino Unido), acreditar que a governabilidade em Portugal não está, para já, em causa, mas manifestou dúvidas sobre o caminho que está a ser traçado pela atual maioria de esquerda.

“O Governo e os partidos da maioria têm, entretanto, reiterado o seu firme propósito de aprovarem as medidas que forem necessárias. É verdade que ainda não são conhecidas as tais medidas adicionais. Mas, ouvindo a retórica dos partidos da maioria, somos levados a acreditar que, para já, a governabilidade não estará em causa e as medidas serão adotadas”, disse Pedro Passos Coelho.

A Comissão Europeia tem sublinhado a necessidade de Portugal adotar mais medidas que garantam a meta de redução do défice.

“Questão diferente é saber qual a natureza do programa consensualizado entre o governo e a sua maioria e onde ele nos pode conduzir no futuro próximo”, alertou o líder social-democrata.

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Pedro Passos Coelho discursava na Conferência Oxford Union, na cidade britânica de Oxford, durante o qual falou sobre a questão política da governabilidade em Portugal e sobre se a austeridade é a melhor forma de resolver os problemas.

Sobre a austeridade, Pedro Passos Coelho insistiu que “não é de direita nem de esquerda, não é conservadora nem liberal, é apenas o que resta quando não há acesso a financiamento, sobretudo, quando estamos numa área monetária comum, onde não podemos desvalorizar unilateralmente a moeda”.

No caso de Portugal, defendeu o líder do PSD, a mudança estrutural iniciada em 2011 deu “resultados positivos” que atraíram “muitos investidores estrangeiros que contribuíram para criar riqueza e emprego” no país.

“Portanto, a prudência é algo que devemos valorizar e o reforço de uma agenda de mudança estrutural contribui também para transmitir uma mensagem externa de que compreendemos a origem dos nossos problemas e estamos empenhados em não repetir os mesmos erros”, salientou.

Mas, para Pedro Passos Coelho, isso significa “prosseguir nos próximos anos as políticas de mudança estrutural que melhorem a produtividade” e tornem o país “mais atrativo” ao investimento direito externo e que “aumentem o grau de abertura” da economia portuguesa “demasiado pequena” internamente para os “nossos padrões de consumo”.

“Esta deveria ser a ação política, económica e social em que Portugal deveria estar empenhado neste momento”, defendeu, sublinhando que, mesmo depois de anos de austeridade, “houve quase 40% de eleitores que acharam que esse caminho deveria prosseguir”.

“São os políticos que têm agora a responsabilidade de saber aproveitar essa força motriz e não os deixar ficar mal”, acrescentou.