A Infraestruturas de Portugal, empresa pública que gere as redes, ferroviária e de estradas, apresentou lucros de 12,5 milhões de euros no ano passado. É o primeiro resultado do grupo que nasceu da fusão entre a Refer e a Infraestruturas de Portugal e que comprara com resultados agregados negativos de 72,6 milhões de euros apurados pelas duas empresas no ano anterior.

Os números apresentados pelo presidente, António Ramalho, indicam ainda um crescimento de receitas no ano passado, sobretudo por via da contribuição rodoviária paga pelos automobilistas nos impostos sobre os combustíveis e que teve um aumento extraordinário em 2015.

A receita da contribuição cresceu cerca de 26% para 671 milhões de euros. Esta progressão, que permitiu compensar a descida da taxa de uso ferroviária, foi decisiva para a obtenção de resultados positivos, reconheceu António Ramalho que, no entanto, realçou que este efeito também penaliza a empresa, por via das amortizações.

Para a viragem dos resultados, o presidente da Infraestruturas de Portugal (IP) destacou ainda o foco na eficiência operacional e nos custos. Segundo António Ramalho, a fusão já está a ter benefícios em algumas rubricas de fornecimentos e serviços externos que recuaram 3%, com destaque para a segurança, limpeza e rendas e alugueres. Os custos gerais de baixaram 13%, o que representou menos 54,8 milhões de euros. Os custos com pessoal diminuíram cerca de 3%

As receitas com portagens teriam subido 9% no ano passado, mas caíram cerca de 1% por causa da saída da concessão da Beira Interior, cujos proveitos deixaram de entrar na Infraestruturas de Portugal. Já os proveitos com a operação da rede ferroviária desceram 9% devido à decisão de reduzir a taxa de infraestrutura cobrada aos operadores, mas a expectativa da empresa é que essa medida gere proveitos no futuro.

A IP, que resultou de uma decisão tomada pelo anterior governo, beneficiou ainda de aumentos de capital no valor de 1.617 milhões de euros, o que permitiu reduzir o endividamento líquido para um valor inferior aos oito mil milhões de euros. O Estado continua a ser a principal fonte de financiamento externo da empresa.

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