Os conselheiros de Lula da Silva estarão a preparar um plano de fuga para evitar uma eventual ordem de prisão contra o antigo presidente brasileiro. O alegado “plano secreto” é revelado na próxima edição da revista Veja que avança ainda Itália como o destino preferido para este fim. Até agora a revista só disponibilizou no site uma parte desta investigação.

O plano passará por um pedido de asilo a uma embaixada estrangeira, mas não sem antes negociar com o Congresso a obtenção de uma espécie de salvo-conduto que permitiria a Lula deslocar-se até ao aeroporto do qual partiria para o país de destino. Esta seria uma solução política, na medida em que envolveria algum tipo de apoio dos órgãos políticos brasileiro.

Segundo a revista, o staff do ex-presidente chegou a discutir um plano mais radical, no qual Lula da Silva poderia deixar o país no papel de vítima de perseguição ou conspiração. Cuba, Venezuela, Franca e Itália foram os quatro destinos possíveis avaliados neste plano. Chegaram a ser feitas sondagens por parte dos conselheiros de Lula que afastaram logo o país liderado por Nicolás Maduro, devido à instabilidade política. A investigação jornalística diz mesmo que os enviados de Lula conversaram com o embaixador de Itália no Brasil sobre a hipótese deste país receber o antigo presidente.

Embaixada italiana desmente conversas com embaixador

A Embaixada de Itália no Brasil já veio desmentir contactos com o embaixador. “As informações referentes à Embaixada e às supostas conversas do Embaixador Raffaele Trombetta são inverídicas”. A escolha de Itália como destino teria como fundamento o facto da mulher de Lula ter dupla nacionalidade, brasileira e italiana, uma condição que seria extensível aos familiares. O Instituto Lula da Silva ainda não reagiu à reportagem da Veja.

A Veja faz ainda uma cronologia da preparação do plano que arranca no dia 6 de março, depois de o ex-presidente ter sido detido para interrogatório, no quadro da mega investigação Lava Jato. Foi nesta data que surgiu a possibilidade de Lula Silva ser nomeado para o governo de Dilma Roussef, uma via que foi tentada, mas entretanto suspensa por ordem do ministro do Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Terá sido depois desta suspensão que Lula se envolveu pessoalmente no tal plano que aposta numa solução de saída negociada com os principais partidos da oposição ao PT (Partido dos Trabalhadores).

Atualizado com desmentido da Embaixada de Itália no Brasil

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