Só faltava a Moody’s. Esta manhã de sábado, 14 de maio, também a agência vista como mais conservadora entre as três grandes – Moody’s, S&P e Fitch – passou a atribuir uma notação de risco de qualidade A à dívida irlandesa. Dublin acordou com mais esta boa notícia, que ajudará a que o país atraia investimento e baixe os custos da dívida, e com elogios da Moody’s ao governo de bloco central que acaba de tomar posse.

A Moody’s não só subiu o rating irlandês de Baa1 para A3 como deixou a porta aberta para mais revisões em alta da notação de risco — a perspetiva ficou positiva. “Os fundamentos de crédito principais da Irlanda continuaram a melhorar a um ritmo mais rápido do que o previsto há alguns meses”, escreve a agência Moody’s em nota difundida pelos clientes. A agência destaca a “recuperação económica mais robusta” e uma “redução mais significativa do rácio de endividamento público”.

A agência Moody’s chegou a atribuir um rating de lixo à Irlanda, no auge da crise da dívida, mas a notação foi melhorada à medida que a dívida foi sendo reduzida — algo para que foi crucial o país ter estado a crescer a uma taxa de 7% no final do ano passado. No final do ano passado, o rácio de dívida face ao Produto Interno Bruto (PIB) já tinha caído para menos de 100% (94%).

Depois de um resultado eleitoral inicialmente visto como inconclusivo, Enda Kenny conseguiu reunir apoios para continuar no governo, apesar de ser minoritário no Parlamento. Para a Moody’s, a recondução de Enda Kenny e do seu ministro das Finanças, Michael Noonan, é uma garantia de que a Irlanda irá continuar a trilhar o mesmo caminho nas políticas económicas.

Na opinião da Moody’s, o risco de uma inversão da consolidação orçamental verificada nos últimos anos é baixo. O acordo político recente entre os dois maiores partidos no parlamento e a recente eleição de um governo minoritário liderado pelo Fine Gael [de Enda Kenny], que evidenciou um registo forte de gestão orçamental nos últimos anos, dá-nos conforto de que o défice orçamental vai continuar a ser reduzido nos próximos anos.

A Moody’s sublinha que um dos riscos para a Irlanda é o referendo britânico à permanência na União Europeia (ou, em alternativa, o Brexit). Mas a agência de rating acredita que, mesmo que os britânicos venham a optar pela saída, isso será “gerível” para a Irlanda.

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