O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró afirmou que a Presidente com mandato suspenso, Dilma Rousseff, mentiu sobre a compra da refinaria de Pasadena e que deveria saber que políticos do Partido dos Trabalhadores (PT) recebiam subornos.

Numa delação premiada (prestação de informações em troca de redução de pena) tornada pública esta quinta-feira e citada pela imprensa local, Nestor Cerveró disse que “Dilma Rousseff tinha todas as informações sobre a refinaria de Pasadena”, conhecendo-as ao detalhe.

Segundo o ex-diretor da Petrobras, que está preso desde janeiro de 2015, o Conselho de Administração, na altura presidido por Dilma Rousseff, não aprovava temas com base em resumos executivos, sendo que quando havia alguma dúvida, eram solicitados esclarecimentos, o que não aconteceu neste caso.

Assim, o delator disse que “não corresponde à realidade” a afirmação da Presidente temporariamente afastada de que aprovou a compra da refinaria, em 2006, porque não tinha informações completas.

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Nestor Cerveró acrescentou que “houve certa pressa” na aprovação do projeto pelo conselho.

O Tribunal de Contas da União considerou que as operações para adquirir a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, deram um prejuízo de 792 milhões de dólares (710 milhões de euros) à estatal.

O delator entendeu que Dilma Rousseff deveria saber que políticos do PT recebiam subornos oriundos da Petrobras, mas não teve conhecimento de nenhum pedido de suborno feito por ela.

Nestor Cerveró relatou um encontro entre Delcídio Amaral e Dilma Rousseff em que ela terá dito ao ex-senador que “cuidaria dos meninos”, ou seja, tiraria Nestor Cerveró e Renato Duque, ex-diretor de serviços da Petrobras, da prisão.