O Banco de Inglaterra não vê, para já, “quaisquer sinais claros” de quebra na economia nestas primeiras semanas após o referendo que deverá ditar a saída do Reino Unido da União Europeia. O anúncio, que parece contrariar os receios que existiram de que haveria uma travagem a fundo caso o Brexit vencesse, como venceu, está a fazer subir a cotação da libra e a bolsa. Ainda assim, existem indicações claras de que a incerteza “aumentou de forma significativa” nas empresas, o que poderá significar que investimentos e contratações possam estar em banho-maria.

O relatório do Banco de Inglaterra, divulgado esta quarta-feira, parte das contribuições dos chamados agentes regionais do banco central cuja função é estar em contacto frequente com os empresários e investidores de todo o país. “A maioria das empresas com quem se falou não antecipa um impacto de curto prazo nas suas decisões de investimento ou de contratação. Mas cerca de um terço dos contactos feitos aponta para algum impacto negativo para estes planos nos próximos 12 meses”.

Ainda assim, “para já, não há evidências claras de que exista uma desaceleração geral na atividade“, sublinhou o Banco de Inglaterra.

Libra reage positivamente ao anúncio do Banco de Inglaterra

GBPUSD Curncy (GBP-USD X-RATE) 2016-07-20 11-13-15

A libra esterlina recuperou ligeiramente, para níveis confortavelmente acima de 1,31 dólares, com os operadores de mercado cambial a verem nesta declaração do Banco de Inglaterra uma prova de que os avisos feitos por quem defendia a permanência poderão ter sido exagerados. O Banco de Inglaterra mantém alguma cautela mas, para já, esta declaração está a ser suficiente para trazer algum alívio aos mercados. Contra o euro, a libra está a valer 1,1984 euros.

A análise dos agentes regionais contrasta com um relatório publicado também nesta quarta-feira pela consultora Markit, que indicou que as famílias estão pouco otimistas em relação às perspetivas económicas — há dois anos e meio que não tinham um nível de otimismo tão baixo, de acordo com os números citados pela Reuters.

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