Há três factos que têm feito muito pelo hype em volta deste conjunto de dez episódios que aí vem: é a primeira série assinada pela Netflix no Reino Unido; e é a mais cara que a produtora (que também é uma plataforma de streaming) fez até ao momento. “House of Cards”? “Orange is The New Black”? “The Get Down”? Nada disso. “The Crown” tem o preço de 100 milhões de libras, mais ou menos 115 milhões de euros. E pouco mais de um mês antes da estreia, estas são as primeiras imagens reveladas:
E depois há o terceiro facto. “The Crown” conta a história de Isabel II, ou pelo menos a vida da Rainha inglesa desde que se casou em 1947 com o Príncipe Philip. O conteúdo é de tal maneira interessante que a própria família real aguarda pela estreia — imaginemo-los numa agradável noite de binge watching real. Escrevia esta segunda-feira o Telegraph, citando o autor da série, Peter Morgan, que a família real está, ao mesmo tempo, “muito nervosa e muito entusiasmada” com a série. Morgan disse ainda: “Parece-me que eles não gostam de não ter as coisas controladas mas também compreendem que uma obra destas, que lida com estes temas e o faz com respeito, é uma coisa rara”.
Do elenco de “The Crown” fazem parte Claire Foy (Rainha Isabel II), Matt Smith (príncipe Philip), Jared Harris (Rei George VI), Vanessa Kirby (princesa Margarida), John Lithgow (Winston Churchill) e Greg Wise (Lord Louis Mountbatten), entre outros.
Estão já prometidas seis temporadas para “The Crown”, tempo de sobra para recordar o que de mais importante aconteceu não só no Palácio de Buckingham mas também no número 10 de Downing Street. Aliás, as relações de Isabel II parecem ser as protagonistas da produção: a que mantém com a família e as que ao longo dos anos estabeleceu com os diferentes governos que nomeou.
O investimento da Netflix em “The Crown” não é alheio ao sucesso que Downton Abbey conseguiu alcançar nos últimos anos, tanto no mercado britânico como no americano. Ainda assim, a produtora americana jogou pelo seguro e contratou Peter Morgan para liderar a equipa de argumentistas. Este Morgan é o mesmo que escreveu “A Rainha”, filme realizado por Stephen Frears e que abordou os dias após a morte da princesa Diana, partindo do ponto de vista da Rainha Isabel II (escreveu também “Frost/Nixon” ou “The Dmaned United”).
Na mesma entrevista ao Telegraph, Peter Morgan afirma que a série ganhou maior importância depois do processo do Brexit: “O Brexit representou boa bilheteira para a Rainha. Mas é uma bilheteira de desespero para a democracia e o processo democrático. Aposto que ela teria votado Brexit, mas para seu eterno desgosto ou eterno alívio, ela nunca votou”.