A organização não-governamental Forum Penal Venezuelano (FPV) qualificou de “positiva” a libertação de cinco membros da oposição no âmbito do diálogo com o governo, mas considera que os “presos políticos” estão a ser usados como “moedas de troca”.

“Hoje [quarta-feira] ainda temos 108 presos políticos na Venezuela (…). Quando se fala de diálogo há que fazê-lo de forma responsável. Não se pode utilizar os presos políticos como moedas de troca”, defendeu o diretor executivo da FPV, Alfredo Romero, em comunicado.

Alfredo Romero afirmou que “a perseguição política e a repressão por parte do Estado venezuelano aumentou nos últimos meses”, já que, a seu ver, existe uma espécie de “porta giratória” em que “enquanto se libertam cinco pessoas detêm-se outras”.

“O governo utiliza-os como reféns para aumentar o seu poder de negociação (…). Os presos políticos não são números”, frisou.

Segundo a organização não-governamental, houve mais de 6.800 detenções políticas desde 2014, e só no protesto “Tomada da Venezuela”, na semana passada, foram registadas mais de 270. Cinco opositores venezuelanos foram libertados na segunda-feira, um dia depois do início do diálogo formal com o Governo, em Caracas.

O Governo e a oposição da Venezuela iniciaram, no domingo, conversações, mediadas pelo Vaticano e pela União de Nações Sul-americanas (Unasul) para tentar solucionar a crise política que o país atravessa.

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