Os ataques químicos do Estado Islâmico tiveram como alvo a cidade de Al Qayara, situada a cerca de 50 quilómetros a sul de Mossul, no Curdistão iraquiano, e cujo controlo foi arrebatado ao EI pelo exército no final de agosto.

Depois de serem expulsos da cidade, os combatentes do Estado Islâmico disparam projéteis com agentes químicos a partir dos subúrbios contra posições militares em Al Qayara. Não obstante, houve foguetes que atingiram casas de civis e chegaram perto de um café, causando queimaduras graves e outros sintomas a pelo menos sete pessoas.

A HRW sublinhou em comunicado que o uso de agentes químicos tóxicos como forma de guerra é “uma ameaça grave para os civis e os combatentes e é um crime de guerra”. “Os ataques do Estado Islâmico com agentes químicos mostram um desprezo brutal pela vida humana e leis da guerra”, disse Lama Fakih, diretora adjunta da HRW para o Médio Oriente. Esta responsável acrescentou que estes ataques já tinham sido verificados antes, coincidindo com a fuga dos ‘jihadistas’ das zonas recuperadas pelas autoridades iraquianas.

Um perito independente na detenção de agentes químicos, Keith B. Ward, concluiu que os extremistas utilizaram uma substância química que provoca bolhas na pele, segundo o comunicado da HRW. Outros sintomas são queimaduras nos olhos. Um homem queixou-se destes sintomas depois do ataque no seu jardim, e mais tarde de problemas de pele.

As vítimas poderão ter sido expostas ao agente químico diretamente no momento do ataque ou por contacto posterior com objetos contaminados, acrescentou Ward. Além dos efeitos imediatos, a exposição a estes agentes químicos pode ter consequências a longo prazo, incluindo cancro no sistema respiratório, conjuntivites crónicas e doenças de pele.

O uso destas substâncias químicas está proibido pela Convenção de 1993 sobre Armas Químicas, à qual se juntou o Iraque em 2009, e é classificado crime de guerra sob o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional.

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