A partir do próximo ano, os administradores hospitalares vão ser objeto de avaliação externa. Aqueles que tiverem uma boa nota vão poder ter mais autonomia, já os que chumbarem na avaliação vão ser afastados. O anúncio foi feito pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, no final da discussão do orçamento da Saúde para 2017, no Parlamento.

A avaliação dos gestores hospitalares está na lei desde 2012, mas só no próximo ano será posta em marcha, com uma regularidade anual. Em termos práticos, vai resultar numa maior responsabilização dos administradores.

Quem se portar bem, terá um incentivo que não será financeiro “porque neste momento a lei não o permite” , mas que permitirá, por exemplo, dar mais autonomia aos gestores, “nomeadamente para efeitos de recrutamento de pessoas, de investimento”. “É justo que aqueles que trabalham melhor, que respondem melhor, que têm mais equilíbrio económico-financeiro sejam tratados de uma maneira baseada na confiança da tutela”.

Já um gestor que tenha uma má avaliação, “tem que ser afastado”. “Tem que haver justiça”, avançou o ministro da Saúde, acrescentando que a avaliação externa, “justa e independente”, é algo que os próprios gestores há muito defendem.

“À tutela cumpre-lhe a monitorização feita através da ACSS e das ARS regularmente com lealdade. A gestão tem de ser apoiada porque são condições muito difíceis, mas naturalmente que face a uma apreciação independente de que a qualidade da gestão não é boa não há outra solução que não seja interrompê-la”.

O presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), Alexandre Lourenço, aplaudiu a decisão. “Esta medida faz parte da nossa agenda. Temos de dar o exemplo em relação aos restantes profissionais. É com bons olhos que vemos esta medida do Governo”.

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