Entre os mil milhões de endereços de email da Yahoo que foram alvo de um ataque informático em agosto de 2013, estão as contas de 150 mil utilizadores que trabalhavam para vários órgãos governamentais, de segurança ou militares dos EUA. De acordo com a conclusão de Andrew Komarov, um respeitado especialista de cibersegurança norte-americano, esse número inclui funcionários da Casa Branca, congressistas e os seus colaboradores, agentes do FBI, da NSA e da CIA, tal como de todos os ramos do exército norte-americano.

No meio destes 150 mil, diz a Bloomberg, está por exemplo um chefe de departamento do FBI e vários agentes especiais que trabalham dentro os EUA, antigos e atuais diplomatas no Paquistão, Síria e África do Sul, entre outros.

Com este ataque, os hackers passaram a ter informações pessoais daqueles funcionários, como os seus nomes completos, palavras-passe, números de telefone, perguntas de segurança, datas de nascimento e também contas secundárias de e-mail. Os hackers conseguirão perceber facilmente distinguir quais são as contas de Yahoo que pertencem a funcionários de organizações estatais e de segurança dos EUA caso estes tenham referido as suas contas de e-mail profissionais como o seu endereço secundário — para onde seria enviada uma nova palavra-passe caso perdessem ou se esquecessem do código das suas contas de Yahoo.

Estas informações podem — se é que não caíram já — nas mãos de rivais dos EUA. Este é um risco que pode preocupar Washington D.C., pouco depois de a comunidade de serviços secretos norte-americanos ter denunciado publicamente que a Rússia tentou de forma sistemática tentar influenciar os resultados das eleições presidenciais dos EUA de 8 de novembro.

Contactada pela Bloomberg, a Yahoo não quis comentar este caso.

Esta quinta-feira, também àquela agência, uma fonte não identificada disse que a Verizon Communications, que anteriormente às revelações de um novo ataque informático tinha disponibilizado 4,64 mil milhões de euros para comprar a Yahoo, pretendia rever em baixa o valor da transação ou até desistir da aquisição. As notícias do roubo de dados pessoais de mil milhões de utilizadores em agosto de 2013 levaram à queda de 6,5% das ações da Yahoo em apenas um dia.

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