O vice-presidente da Comissão Europeia, Andrus Ansip, vai assumir a pasta da Economia Digital e Sociedade. A mexida no executivo comunitário é consequência da saída da (ainda) vice-presidente Kristalina Georgieva, que deixa a Comissão no final do ano para assumir funções no Banco Mundial. Carlos Moedas mantém a pasta, num executivo que passa a ter uma presidência mais curta.

Sai Georgieva, que passa a bola a Oettinger, que deixa a Ansip as suas anteriores funções. Perante a saída da vice-presidente da Comissão Europeia, na sequência da derrota na eleição para o cargo de secretário-geral das Nações Unidas, o presidente da Comissão decidiu passar ao (polémico) comissário alemão Günther H. Oettinger a responsabilidade do Orçamento e Recursos Humanos. Passa-lhe a responsabilidade, mas não o estatuto.

Para já, segundo o Observador apurou junto de fontes comunitárias, a vice-presidência deixada em aberto por Georgieva não será atribuída a qualquer comissário, ficando a Comissão com cinco vice-presidentes.

E como Oettinger assume novas funções, o comissário (e vice-presidente) Andrus Ansip puxa a si a responsabilidade de gestão das pastas da Agenda Digital e da Sociedade. Com esta solução, Ansip congrega a tutela política e a ação técnica de uma pasta com bastante visibilidade em Bruxelas.

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Ao mesmo tempo, as soluções adotadas esta quarta-feira por Jean-Claude Juncker deixam perceber que, para o comissário Carlos Moedas, nada se altera — Moedas mantém a tutela das áreas de Investigação, Ciência e Inovação.

A entrega das pastas de Orçamento e Recursos Humanos a Oettinger não deverá, no entanto, ser pacífica em Bruxelas. Desde o final de outubro, o comissário tem estado debaixo de fogo por causa das suas piadas sobre os “olhos em bico” dos chineses, o casamento homossexual e até a separação do antigo chanceler alemão Gerhard Schröder. Eventualmente por essa razão, Juncker terá optado por passar apenas as responsabilidades de Georgieva ao alemão, mas não o estatuto.

A solução encontrada esta manhã em Bruxelas é, no entanto, “temporária“. O presidente da Comissão Europeia vai esperar pelo Governo búlgaro (que ainda não designou o seu comissário) para, no próximo ano, voltar a mexer na sua equipa.