O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas anunciou, esta quinta-feira, que o Governo da Arábia Saudita está em condições de pagar os salários em atraso a 87 trabalhadores portugueses que estão naquele país, no total de 5,7 milhões de euros. Em causa está a situação dos trabalhadores portugueses contratados pela construtora saudita Saudi Oger, com salários em atraso há mais de um ano.

José Luís Carneiro revelou que recebeu, esta quinta-feira de manhã, a informação das autoridades sauditas de que o orçamento nacional foi aprovado na semana passada e o Governo “está agora em condições de corresponder aos compromissos assumidos”.

O governante recordou que, numa deslocação a Riade, se reuniu com o ministro do Trabalho saudita, que lhe garantiu que o Governo “assumiria a responsabilidade pelo pagamento dos salários aos trabalhadores portugueses” e que, a 27 de outubro, três semanas após este encontro, “foi entregue às autoridades sauditas” o valor total dos créditos.

Continuaremos a acompanhar de perto essa questão, que é para nós muito importante e que tem que ver com a garantia de direitos fundamentais” destes trabalhadores, disse José Luís Carneiro.

Num contacto com a Lusa em setembro, alguns dos trabalhadores relataram estar “em desespero”, numa “situação muitíssimo complicada, sem dinheiro, sem seguros de saúde ou assistência médica e sem condições de alojamento”.

A Saudi Oger, uma das maiores empresas de construção sauditas que chegou a empregar 24.000 pessoas, viu a sua situação financeira deteriorar-se depois de o governo saudita, ante a acentuada quebra nas receitas do petróleo, adotar um plano de redução da despesa que levou ao cancelamento de dezenas de obras públicas e ao adiamento de pagamentos às construtoras.

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