Luís Montenegro afirmou que o Bloco de Esquerda e o PCP “tiraram o tapete” ao Governo, agora que se preparam para avançar com a apreciação parlamentar do diploma sobre a descida da contribuição paga pelos patrões à segurança social e que não podem fazer do PSD uma “muleta” para combater as políticas do Governo.

“O país pede explicações a Catarina Martins e Jerónimo de Sousa, que assumiram que iam ser o suporte político deste Governo, e agora estão a tirar-lhe o tapete. É intolerável do ponto de vista democrático”, realçou o líder parlamentar do PSD, na manhã desta sexta-feira, no programa ’10 Minutos’, da SIC Notícias, acrescentando que o PCP e BE “têm todo o espaço de não concordar e ter opiniões diferentes do Governo, mas têm de sustentar as suas políticas porque foi esse o compromisso que assumiram. Querem estar de um lado e do outro”.

Luís Montenegro disse ainda que o PSD “não é o bombeiro de serviço desta geringonça”, avançando que o BE e o PCP têm tentado tirar partido das posições sociais democratas. “Têm tentado utilizar o PSD para no parlamento evitar colocar em crise a política do Governo. É de um grande cinismo virarem -se para o PSD e mostrarem-se quase insatisfeitos e desgostosos porque afinal o PSD vai votar com eles e isso vai produzir um efeito que eles no fundo não queriam”, destacou em relação à intenção de travar a descida da TSU.

O líder parlamentar do PSD realçou ainda que os parceiros sociais “não estão mais satisfeitos com o acordo” do que o PSD e acusou António Costa de ter simulado a negociação em concertação social. “Os parceiros sociais foram obrigados a aceitar o desconto que lhes estava a ser oferecido porque António Costa já se tinha sentado e decidido que o aumento do salário mínimo ia ficar em 557 euros. E quando chegou à concertação social simulou uma negociação”, apontou, classificando o comportamento de António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa de “pouco ético” e “puro malabarismo político”.

“Se no futuro, noutras matérias, existirem as mesmas circunstâncias é bom que o país saiba e que os partidos que suportam o Governo no Parlamento sabem que não devem contar com o PSD para a consecução da política governativa”, continuou, concluindo, citando Francisco Sá Carneiro: “Ele dizia que a política sem risco era uma chatice e sem ética era uma vergonha”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR