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Trump e Trudeau juntos. É a economia, vizinho!

Este artigo tem mais de 5 anos

O primeiro-ministro canadiano e o presidente dos EUA reúnem-se esta segunda-feira na Casa Branca. O tema principal do encontro será a economia. Imigração é foco de tensão entre Trump e Trudeau.

Trump e Trudeau são como água e azeite. Um é protecionista, outro é liberal. Um fecha as portas a refugiados, outro acolheu 40 mil no país. Um é misógeno e machista, outro é “feminista” e defende ativamente os direitos LGBT. Um tem 70 anos, outro 45. Apesar das diferenças, o presidente dos EUA e o primeiro-ministro canadiano reúnem-se esta segunda-feira, pela primeira vez, na Casa Branca. O tema principal não é difícil de adivinhar numa altura em que há a perspetiva de que Trump acabe com o acordo comercial (NAFTA) com o México e o Canadá: a economia.

O primeiro-ministro do Canadá colocou a tónica, precisamente, na economia, e no domingo antecipou o encontro, dizendo que iria falar com Donald Trump “sobre todo o tipo de coisas, incluindo emprego, crescimento económico e oportunidades para a classe média.” Já tinha feito o mesmo, quando anunciou o encontro no Twitter na última quinta-feira.

Colocam assim as diferenças para trás das costas, em nome do interesse maior, numa versão da célebre frase da campanha de Bill Clinton nos anos 90: “É a economia, vizinho!” O Governo canadiano está preocupado com as declarações de Trump contra o Tratado de Livre Comércio da América do Norte, celebrado entre os Estados Unidos, Canadá e México em 1994 e que contribuiu para um fortalecimento das relações comerciais entre os dois países. Embora a NATFA não tenha o nível de integração política que tem, por exemplo, a União Europeia, é considerado um sucesso por parte dos canadianos e fez com que EUA e Canadá se tornassem nos maiores parceiros comerciais do mundo. Só em 2015, as trocas comerciais de bens e serviços entre os dois países superou os 670 mil milhões de dólares (cerca de 630 mil milhões de euros), o que representa 3,5 vezes o PIB português.

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Nesse mesmo ano, o Canadá importou bens dos EUA no valor de 338 mil milhões de dólares (317,5 mil milhões de euros), enquanto os EUA importaram 332 mil milhões dólares (312 mil milhões de euros). As entidades estatísticas de ambos os países estimam que em cada sete canadianos (2,7 milhões) e um em cada 14 norte-americanos (9 milhões) dependem das relações comerciais entre os seus países. É com base nestes dados que Justin Trudeau pretende convencer Donald Trump que a relação entre EUA e Canadá é equilibrada e vantajosa para ambos os países. Mas nem só de economia vão falar os líderes dos dois países. Trudeau antecipou que vai falar com Trump de temas que os separam, mas de forma respeitosa. E deixou um aviso à navegação: “O Canadá vai ser sempre fiel aos valores que tornaram este país extraordinário.

Uma das grandes diferenças está na política para os refugiados, de tal forma que a imprensa norte-americana chegou a classificar Trudeau de “anti-Trump”. Pouco depois de Trump assinar uma ordem executiva que pretendia impedir a entrada nos EUA de refugiados de sete países muçulmanos, Trudeau reagiu no Twitter dizendo: “Aos que fogem da perseguição, do terror e da guerra, fiquem a saber que os canadianos vos dão as boas-vindas, independentemente da vossa fé. A diversidade é a nossa força #Bem-VindosaoCanadá.” O sinal foi entendido como uma disponibilidade do Canadá para acolher os refugiados que fossem barrados por Trump.

O primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau é um conhecido defensor dos direitos das mulheres, enquanto Donald Trump que já proferiu várias declarações públicas machistas antes de ser Presidente dos EUA. Os exemplos são vários:

  • “Não interessa os que os media dizem, desde que tenhas ao teu lado uma gaja nova e com um belo rabo”;
  • “Se a Hillary Clinton não consegue satisfazer o marido, o que é que a faz achar que pode satisfazer a América?”;
  • “Eu gosto de crianças, mas quer dizer, eu não faria nada para tratar delas. Eu dou dinheiro e ela que tome conta”;
  • “Ao todo são 26 mil casos de assédio sexual não reportados e apenas 258 condenações. O que é que estes génios estavam à espera quando decidiram pôr homens e mulheres a trabalhar juntos?”

Na questão LGBT, Trump estará mais próximo de de Trudeau. O canadiano é um ativista dos direitos LGBT, participando em marchas pela defesa dos mesmos. Trump é um mar de contradições nesta matéria. Diz que “do ponto de vista bíblico” é contra o casamento homossexual, mas já participou em vários deles. O presidente dos EUA disse ainda que tem “amigos gays fabulosos” e prometeu defender os americanos LGBT. Disse ainda bater-se, em plena convenção republicana, pelo direito dos transexuais utilizarem a casa de banho que quiserem.

As relações entre os EUA e o Canadá foram boas durante a Administração Obama, mas não é inédito um clima de tensão entre os dois países vizinhos. Em 2003, as relações esfriaram quando o Governo canadiano, então liderado por Jean Chrétien, recusou apoiar a invasão do Iraque levada a cabo pelo presidente George W.Bush. Para o Canadá era fundamental que a ONU apoiasse a intervenção, caso contrário não daria o seu apoio. A ONU não deu, o Canadá não apoiou.

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