Mais uma conferência de imprensa atribulada do porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer. Exasperado com as perguntas insistentes dos jornalistas sobre as alegadas ligações de Donald Trump e de membros da sua Administração ao regime de Moscovo, Spicer teve mais uma das suas tiradas: o Presidente norte-americano não pode usar “molho de salada russa” na salada sem que os jornalistas lhe inventem uma qualquer ligação a Vladimir Putin.
Numa altura em que o FBI conduz uma investigação sobre a suposta ingerência do Kremlin nas eleições presidenciais, bem como os possíveis contactos entre o círculo de Trump e os russos, Sean Spicer respondia às perguntas de uma correspondente na Casa Branca que exigia saber que medidas estava a tomar a Administração Trump para melhorar a sua imagem. Perante a insistência da jornalista, Spicer perdeu a paciência.
“Tenho muita pena que não goste [da resposta] — está a abanar com a cabeça. Os factos são o que são. (…) e terá de aceitar um não como resposta à questão sobre se houve ou não conluio [entre o staff de Trump e o Kremlin]”, afirmou Spicer, citado pelo site Politico.
Apesar da reação de Spicer, na quinta-feira, dia 23 de março, o diretor do FBI, James Comey, confirmou no Congresso que a polícia federal norte-americana está a investigar a suposta ingerência do Kremlin nas eleições presidenciais, bem como os possíveis contactos entre o círculo de Trump e os russos. “Isso inclui investigar a natureza de qualquer vínculo entre indivíduos associados com a campanha de Trump e o Governo russo, e se houve alguma coordenação entre a campanha e os esforços da Rússia”, assinalou James Comey.
Segundo a CNN, o FBI suspeita que estes contactos tenham sucedido, apesar de tal não constituir uma informação “conclusiva” nesta fase da investigação. O FBI continua a rever registos de viagens, informação dos serviços secretos, registos telefónicos e dados de reuniões.
Nesse dia, e questionada pela mesma CNN, a Casa Branca não quis comentar esta informação, embora na segunda-feira tenha negado a existência de provas da suposta conspiração eleitoral entre a campanha de Trump e o Kremlin. O porta-voz da Casa Branca Sean Spicer salientou que investigar essa presumível conivência entre a equipa de Trump e a Rússia e “ter provas disso são duas coisas diferentes”.
FBI acredita que círculo próximo de Trump esteve em contacto com russos