O Chefe do Estado-Maior do Exército reconduziu os cinco comandantes exonerados na sequência do assalto aos paióis de Tancos. Em comunicado, o Exército refere que “a conclusão” das averiguações internas permitiram “ultrapassar as razões que justificaram a exoneração” dos cinco militares. O general Rovisco Duarte voltou, por isso, a nomear os comandantes. Quanto a Tancos, os investimentos previstos para aquela estrutura “estão cancelados”, diz fonte do Exército.

As exonerações, recorda o Exército, foram decretadas por haver “necessidade de garantir que as averiguações internas determinadas decorreriam em absolutas condições de isenção e transparência”. Os militares, afastados há sensivelmente duas semanas, voltam às suas funções anteriores já esta terça-feira. Em causa estão um tenente-coronel e quatro coronéis, comandantes do Regimento de Infantaria nº 15, do Regimento de Paraquedistas, do Regimento de Engenharia nº 1, da Unidade de Apoio Geral de Material do Exército e da Unidade de Apoio da Brigada de Reação Rápida.

No mesmo comunicado, o Exército confirma que “irá proceder à transferência do material existente nos Paióis Nacionais de Tancos (PNT) para outros paióis”. “Tendo decorrido as averiguações internas relativamente ao funcionamento das áreas técnica, segurança física, controlo de acessos e vigilância eletrónica dos PNT, e tendo presente a obrigatoriedade de salvaguardar informação classificada de natureza estritamente militar”, o CEME decidiu transferir o armamento de guerra para outros paióis, estando em aberto a possibilidade de utilizar não apenas os paióis de Santa Margarida (sob responsabilidade do Exército) mas também os de outros ramos das Forças Armadas.

Ao Observador, fonte do Exército refere que os investimentos programados para aquela unidade “estão cancelados”. Desde logo, a atualização do sistema de videovigilância, inoperacional há vários anos e cuja verba para que aquele equipamento voltasse a estar operacional estaria disponível em 2018, no âmbito da Lei de Programação Militar. A rede que delimita todo o perímetro dos paióis ia continuar a ser substituída mas também essa operação fica, assim, sem efeito.

Os PNT foram assaltados no final de junho. De dois dos paiolins foram levadas granadas, lança-rocktes e explosivos, entre outro armamento de guerra que, segundo o general Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, teria um valor de compra de 34 mil euros. A investigação ao furto está a cargo da Polícia Judiciária Militar e da Polícia Judiciária. Não há, até ao momento, suspeitos confirmados oficialmente pelas equipas de investigação. O processo corre no Departamento Central de Investigação e Ação Penal, estando em causa suspeitas da prática dos crimes de associação criminosa, tráfico de armas internacional e terrorismo internacional.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR