A proposta de orçamento de Defesa norte-americano, que o Senado deve votar ainda este mês, pede que a Secretaria de Defesa indique o custo de transformar a Base das Lajes num campo para exercícios de guerra aéreos e subaquáticos.

Na seção 1056 do documento, que a Lusa consultou, fica determinado que “passados não mais de 90 dias sob a entrada em vigor” do orçamento “a Secretaria de Defesa deve submeter para o Comité das Forças Armadas do Senado e da Câmara dos Representantes um relatório sobre as infraestruturas e capacidades da Base das Lajes”.

Nesse documento, já aprovado pela Câmara dos Representantes, deve ser incluído “o custo de estabelecer a Base das Lajes como um local para treinos aéreos e missões de guerra antissubmarinos, incluindo o custo de melhorias necessárias, bem como potenciais benefícios operacionais”.

Os congressistas exigem também que o relatório inclua estimativas do custo de expandir a largura de banda para 56 gigabits por segundo e do custo para conectar a infraestrutura existente a cabos submarinos que venham a ser instalados.

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Os políticos querem ainda uma justificação para que a base seja um local para militares não acompanhados e querem saber quanto custaria mudar esse estatuto, permitindo que os militares ali instalados possam ser acompanhados pela sua família novamente.

Por fim, o relatório deve incluir o custo de ocupação do alojamento na base por membros das forcas armadas e uma avaliação das suas capacidades para acolher duas mil pessoas (entre civis e militares).

O orçamento refere-se também às questões ambientais que têm causado discórdia durante as negociações entre os representantes americanos e açorianos.

Com a aprovação deste documento, o secretário de Defesa fica obrigado a entregar, no prazo de um ano, uma relatório sobre o impacto ambiental dos depósitos de combustível na região, incluindo contaminação do solo e uma avaliação das causas de fugas no ‘pipeline’ do Cabrito.

Neste mesmo orçamento, os Representantes americanos proíbem que sejam usados fundos no próximo ano para construir uma base militar em Croughton, no Reino Unido, uma infraestrutura que chegou a ser apontada para a ilha Terceira.

O Pentágono já elaborou um relatório sobre a capacidade de as Lajes acolherem este centro militar, concluindo que não tem capacidades para tal, mas a credibilidade do estudo tem sido questionada pelo congressista luso-americano Devin Nunes.

Além destas exigências, os congressistas fazem uma avaliação da Base das Lajes, considerando que é uma “facilitadora das missões dos EUA na Europa, África e Atlântico”, que as suas instalações “refletem investimentos significativos de longo prazo” e que “o Departamento de Defesa não tem utilizado totalmente” as infraestruturas existentes.

A Base das Lajes é uma localização estratégica para monitorizar as atividades de poderes estrangeiros no Atlântico e Mediterrâneo, incluindo a crescente presença naval da Rússia e os esforços da China para estabelecer uma presença militar no Atlântico”, concluem os Representantes.