O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse que ainda não chegou o momento da União Europeia (UE) discutir sanções contra a Venezuela.

Nós [da UE] ainda não chegamos à fase em que tenhamos que discutir eventualmente a aplicação de sanções contra a Venezuela. Se chegarmos a esta fase, Portugal manifestará a sua posição”, afirmou.

A declaração do chefe da diplomacia portuguesa foi feita após o conselho de ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Brasília.

Questionado sobre qual seria a posição de Portugal se a aplicação de sanções contra a Venezuela fosse discutida entre os Estados membros da UE, o ministro declarou que não trabalha com hipóteses.

“É sempre errado responder, em diplomacia, a perguntas que começam com a palavra ‘se’. A nossa preocupação, dos europeus, é de que haja em todas as partes da Venezuela um diálogo político inclusivo e produtivo”, disse.

Santos Silva reconheceu, porém, que “o processo político-diplomático é sempre dinâmico” e, portanto, Portugal e a UE vão atualizar o seu posicionamento “em função dos factos que forem ocorrendo e também do consenso que há entre os Estados europeus”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros também fez questão de repetir informações já divulgadas pelo seu ministério num comunicado em que o Governo informava que Portugal não tratou da discussão sobre sanções à Venezuela porque este debate não aconteceu.

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Esta questão ainda não foi discutida pelos Estados membros da UE. Nós temos uma posição comum que foi exposta numa declaração que saiu do conselho dos ministros (de Negócios) Estrangeiros em maio, que é muito clara sobre o nosso entendimento da crise na Venezuela”, recordou.

Sobre o aumento da movimentação de portugueses e lusodescendentes que residem na Venezuela e estão a mudar-se para a ilha da Madeira, fugindo da instabilidade política no país sul-americano, Santos Silva avaliou que “estas pessoas são bem-vindas e serão apoiadas pelas autoridades portuguesas no sentido de promover a sua integração o mais rápido possível”.

“O Governo da República e o Governo da Madeira estão em contacto para que as condições de integração sejam as melhores”, concluiu.

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