O projeto Breakthrough Listen detetou, esta semana, 15 sinais de vida no Universo, chegados à Terra a partir de uma galáxia-anã situada a três mil milhões de anos-luz da Terra. Apesar da hipótese de uma possível civilização alienígena não estar totalmente fora de hipótese, os sinais de rádio recebidos parecem comprovar a eficácia do equipamento utilizado nesta operação. Em causa, está um aumento de atividade registada numa fonte desconhecida e identificada como FRB 121102.

Andrew Siemion, diretor do Berkeley SETI Research Center e do projeto Breakthrough Listen, sublinhou, em comunicado citado pelo jornal The Telegraph, que estas explosões rápidas de ondas de rádio “nunca foram vistas a uma frequência tão elevada”. Os investigadores colocam agora duas questões: a origem das ondas está na explosão de estrelas de neutrões com campos magnéticos de alta força ou significam a vida extraterrestre naquela galáxia? Apesar da incógnita, sabe-se que quando as ondas saíram da galáxia, o sistema solar tinha menos de dois mil milhões de anos.

Os FRB são sinais de rádio transmitidos em milissegundos e, por isso, um fenómeno astrofísico de alta energia. As novas explosões foram descobertas em 2012 e aquilo que os resultados atuais indicam é que o “novo estado de atividade” da fonte e a informação emitida possibilitam a mediação “das propriedades destas misteriosas erupções com mais precisão”, explicou, em comunicado, Vishal Gajjar, um investigador do projeto.

A iniciativa Breathough Listen foi criada pelo professor britânico Stephen Hawking e pelo milionário russo Yuri Milner, com o intuito de descobrir vida extraterrestre no espaço. “Num Universo infinito, devem existir outros casos de vida. Pode ser que, em algum lugar do cosmos, exista vida inteligente”, declarou Hawking durante o lançamento do projeto, a 20 de de julho de 2015.

Com duração de 10 anos, o Breakthough Listen é o maior projeto científico de pesquisa de vida inteligente. Inclui estudos a 100 galáxias e a um milhão de estrelas próximas da Terra. Os telescópios utilizados estão aptos a receber espectros eletromagnéticos devido à elevada sensibilidade para a captação de sinais a longa distância, embora também possam registar níveis de baixa carga energética. A iniciativa tem uma parceria com o projeto SETI@Home, que também se propõe detetar vida inteligente fora da Terra.

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