O editor de conteúdos pornográficos norte-americano Larry Flynt está a oferecer “até 10 milhões de dólares” (cerca de 8,5 milhões de euros), a quem produzir informação que leve à destituição (‘impeachment’) do Presidente norte-americano, Donald Trump.

Esta oferta surge num anúncio de página inteira na edição de domingo do Washington Post e não foi comentada pela Casa Branca.

Na campanha presidencial do último ano, Larry Flynt já tinha oferecido um milhão de dólares (cerca de 850 mil euros) a quem divulgasse vídeos ou sons que revelassem comportamentos ilegais ou impróprios de Donald Trump. Agora, o milionário está disponível para pagar — a peso de ouro — por informações que possam levar ao afastamento do presidente norte-americano.

A notícia de que Flynt estava disponível para pagar por informações contra Trump foi avançada pela pivot Liz Claman, da estação televisiva Fox, através de uma publicação na sua conta Twitter. O milionário norte-americano comprou uma página do jornal Washington Post para publicar o anúncio. O título não deixa margem para dúvidas: “10 milhões de dólares por informação que leve ao afastamento [impeachment] de funções de Donald J. Trump”.

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Flynt admite que a sua oferta possa ser interpretada como uma jogada dos Democratas para “reverter uma eleição legítima”. Mas contrapõe: “Há fortes argumentos para defender a ideia de que a última eleição [presidencial nos EUA] foi ilegítima em muitos pontos”. O editor de pornografia considera que, nove “tumultuosos” meses depois de ter assumido funções, Donald Trump “provou que é perigosamente incapaz de exercer o extremo poder” que lhe é concedido pelo lugar que ocupa aos comandos do país.

O texto — que a imagem divulgada não permite ver se é assinado pelo próprio Larry Flynt — aponta ao presidente norte-americano uma vitória com “batota” nas presidenciais norte-americanas de novembro de 2016, acusa Trump de ter obstruído o funcionamento da justiça ao demitir o diretor do FBI James Comey quando se investigava a interferência de agentes russos no processo eleitoral, de “incitar à violência”, “comprometer a política interna e externa” com o perfil compulsivamente conflituoso, “contar centenas de mentiras óbvias”, “sabotar” o acordo de Paris subscrito por 195 nações.

Mas o pior nem é nenhum desses pontos, sustenta: “O mais preocupante é que muito antes de o apocalipse da mudança climatérica chegar, Trump pode desencadear uma guerra nuclear à escala planetária”, teme Flynt.

Solução? Encontrar argumentos para afastar o presidente norte-americano a tempo de evitar esse cenário catastrófico. “O afastamento seria uma confusão, dando lugar a contenciosos” reconhece o milionário. “Mas a alternativa — mais três anos de uma disfunção desestabilizadora — é pior”, garante.