O presidente da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) classificou esta quarta-feira de “incompreensível” o facto de as ligações de telecomunicações não estarem totalmente retomadas nas zonas afetadas pelos incêndios do ano passado, salientando que esta é uma matéria “prioritária”.

“É incompreensível que as ligações não estejam totalmente retomadas” nas zonas afetadas pelos incêndios, mesmo tendo em conta o tempo necessário para o fazer, afirmou João Cadete de Matos, quando questionado pelos jornalistas sobre o tema durante uma conferência de imprensa, em Lisboa.

Esta é uma situação “que consideramos prioritária, temos pedido total urgência aos operadores nessa reposição das ligações”, sublinhou o presidente do regulador das telecomunicações, que afirmou por várias vezes que a Anacom está a acompanhar o que se passa no terreno.

Além disso, “estamos a procurar identificar as situações em que possa ter havido práticas comerciais entre os operadores que não respeitem as regras ou práticas comerciais desleais com os consumidores e em qualquer uma das destas situações é um processo que está em curso. Se a Anacom concluir, obviamente, que houve infrações ou práticas comerciais desleais não deixará de aplicar coimas ou de ter as intervenções que considere necessárias para corrigir estas situações”, garantiu.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“É, de facto, uma situação que nos preocupa e que tem merecido toda a prioridade das várias direções” do regulador, sublinhou.

Para o João Cadete de Matos, é uma “prioridade que todos os portugueses que foram afetados pelos incêndios tenham repostas às suas ligações como tinham anteriormente e nas condições que tinham, se esse for o seu desejo”, prosseguiu.

“O que não é aceitável é que passado vários meses essas ligações não estejam repostas” e “é incompreensível que possam haver novos incidentes por ausência de comunicações, ninguém entenderia que em 2018 este problema não merecesse prioridade total da parte de todos”, adiantou.