Vai ser lançado, entre abril e maio, pela Associação Abraço, um teste de rastreio ao VIH, o vírus da SIDA, que pode ser feito em casa. Vai estar disponível para maiores de 18 e residentes em Portugal, e conta com o apoio da Direção-Geral de Saúde, mas, avança o Jornal de Notícias (JN), o Infarmed esclarece que se trata de uma utilização “off label”.

Estará disponível para cidadãos maiores de 18 anos residentes em Portugal Continental e ilhas, e vai ser anónimo, confidencial e gratuito. Tem o apoio informal da Direção-Geral da Saúde (DGS), mas o Infarmed esclarece que se trata de uma “utilização “off label””, porque o dispositivo escolhido “não foi estudado nem avaliado de acordo com os requisitos legislativos” da União Europeia, avança o JN.

Para fazer o teste é preciso apenas uma picada num dedo para recolher a amostra de sangue para um filtro. O anonimato do teste é quebrado apenas se o resultado for positivo, e a Associação Abraço vai entrar em contacto com a pessoa que o fez para a encaminhar para uma consulta no centro hospitalar mais próximo.

Além do Vírus da Imunodeficiência Humana, o teste vai permitir também detetar hepatite C. Ao JN, Gonçalo Lobo, presidente da Associação Abraço, diz que este teste tem como objetivo “chegar a pessoas que não vivem em grandes centros urbanos e têm mais dificuldades de acesso”.

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O teste vai poder ser encomendado em Teste em Casa, onde não vai ser pedida qualquer identificação para além da morada para a qual seguirá o teste. Além do teste propriamente dito, é enviado um kit, também sem informações sobre o requerente, que conta com um folheto explicativo, o material para a colheita de sangue e um envelope para fazer chegar a amostra ao laboratório. Depois do teste feito e enviado, o requerente vai receber o resultado através de uma mensagem de telemóvel ou email.

O JN salienta ainda que no ano passado “55% dos diagnósticos em Portugal chegaram em fase avançada da doença”. Para a presidente do Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA, da DGS, “o diagnóstico precoce é fundamental”, porque “com tratamento a pessoa consegue vir a ter uma esperança de visa idêntica à da população em geral”, além de que assim o controlo da doença fica facilitado.

De forma a contornar o facto de o teste não estar validado, a Associação Abraço vai avançar com o “projeto no âmbito de um estudo, no qual deverá participar o Instituto Ricardo Jorge, para fazer a análise em laboratório”, depois de já ter gasto 65 mil euros na encomenda de 500 kits para estes testes, avança o mesmo jornal.