Rui Esteves, que deixou o cargo de comandante operacional nacional da Proteção Civil na sequência das notícias sobre a sua licenciatura, foi contratado por Joaquim Mourão, um histórico socialista, para prestar serviços na Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB). Depois de ter sido muito contestado no cargo, agora vai ser assessor técnico na área da proteção civil e defesa da floresta contra incêndios.

A notícia é avançada pelo jornal Público, que acrescenta que Rui Esteves vai ganhar 35 mil euros pelos serviços prestados à CIMBB. Ele que apresentou a demissão depois ter sido tornado público o facto de ter concluído a licenciatura graças a equivalências concedidas pela Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco. No total, Rui Esteves fez apenas quatro cadeiras por avaliação e exame e teve equivalência nas restantes 32.

Comandante da Proteção Civil fez quase toda a licenciatura com equivalências

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Rui Esteves tinha sido nomeado para o cargo em janeiro de 2017, exatamente na mesma altura em que o Governo socialista decidiu mudar metade do comando da Proteção Civil, uma estratégia que foi condenada pelos peritos da Comissão Independente que estudou o incêndio de Pedrógão Grande.

As notícias sobre a sua licenciatura surgiram em setembro, num período em que o então comandante da Proteção Civil estava já muito fragilizado pela forma como tinha lidado com o incêndios de Pedrógão Grande. Nessa mesma altura, Rui Esteves foi também alvo de um processo disciplinar da Inspeção-Geral da Administração Interna sobre a eventual acumulação de funções públicas — além de comandante da Proteção Civil, era também diretor do aeródromo de Castelo Branco. A demissão surgiu, por isso, como uma decisão inevitável.

Seja como for Rui esteves foi agora contratado por Joaquim Mourão, atual secretário executivo da CIMBB e um histórico socialista — foi dirigente do PS e presidente das Câmaras Municipais de Castelo Branco e Idanha-a- Nova — como assessor técnico. O contrato foi feito por ajuste direto e consiste em “assegurar a colaboração com os serviços municipais de protecção civil, tendo em vista o cumprimento dos planos de emergência e programas estabelecidos, bem como nas operações de protecção e socorro”.