O secretário-geral da NATO reconheceu esta sexta-feira que a organização está a viver uma situação inédita na sua relação com a Rússia no pós-Guerra Fria, e salientou a importância de manter abertos os canais de diálogo com o Kremlin.

Estamos numa situação na qual ainda não tínhamos estado. Não estamos na Guerra Fria, mas não estamos com a parceria estratégica que esperávamos construir depois do fim desse período. É algo novo. Nesse sentido, temos de transmitir uma mensagem forte, mas manter abertos os canais de diálogo [com a Rússia]”, admitiu Jens Stoltenberg.

Em conferência de imprensa, na sede da organização, em Bruxelas, onde estão reunidos os ministros dos Negócios Estrangeiros aliados, Jens Stoltenberg disse que a NATO está a trabalhar para melhorar a relação com o Kremlin, ao mesmo tempo que procura aprofundar a resiliência contra “as novas formas de ataque” russo, como o ciberterrorismo, ou a propagação de notícias falsas.

“Vimos um padrão em muitos países, vários deles aliados, de interferência em processos democráticos, inclusive campanhas eleitorais”, recordou.

O ex-primeiro ministro da Noruega destacou ainda a pronta resposta dos aliados no caso do envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal e da filha, Yulia, em solo britânico, que provocou uma das piores crises nas relações entre a Rússia e o ocidente desde a Guerra Fria e conduziu a uma vaga histórica de expulsões recíprocas de diplomatas.

“Esse caso representa um comportamento imprudente por parte da Rússia”, completou. No entanto, Jens Stoltenberg insistiu que, quando a tensão está elevada, “o diálogo é o mais importante”.

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