A Cosworth publicou um tweet em que se vangloriava por “ser famosa por bater recordes” e, embalada certamente com a emoção, afirmou ainda que o motor 6.5 V12 atmosférico que vai montar no Aston Martin Valkyrie “vai ser o mais potente do mundo, com 1.130 bhp”, ou seja, qualquer coisa como 1.146 cv. Os ingleses da revista Road & Track agarraram no tweet e publicaram a notícia, o que alertou certamente a Aston Martin, e por tabela a Cosworth, que apagou o tweet. Mas não antes de a R&T ter feito um print screen.

Está aqui tudo, preto no branco, no tweet da Cosworth: o V12 do Valkyrie tem 1.130 bhp, ou seja, 1.146 cv

Depois de publicada a história, a Cosworth ainda contactou a revista, tentando apelar à boa compreensão do redactor, afirmando que o V12 ainda está a ser medido em banco de ensaio, pelo que o valor definitivo não é conhecido. Mas sem sucesso. Como o resultado seria o mesmo, talvez fosse preferível ter dito a verdade, ou seja, que a Cosworth é um fornecedor da Aston Martin, pelo que foi de uma grande deselegância, já para não dizer falta de profissionalismo, ter informado o público, antes do fabricante, sobre a potência do muito antecipado Valkyrie.

Confusões à parte, o que é certo é que a Aston Martin encomendou à Cosworth um super motor atmosférico V12, e o 6.5 assinado pelo fabricante britânico de unidades motrizes é uma obra de arte. E é fácil verificar o potencial do monstro, pois se até aqui o melhor V12 atmosférico era o 6.5 V12 que a Ferrari monta no 812 Superfast, com 800 cv, os 1.146 cv do Aston Martin trucidam a mecânica da Ferrari. E não abunda quem consiga bater os italianos na sua especialidade (as mecânicas), especialmente por 346 cv, ou seja, por uma vantagem de 43%.

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Contudo, apesar do voluntarismo da Cosworth, o mais provável que esta “sova” dada à Ferrari não seja assim tão esmagadora. Isto porque o 6.5 V12 deverá atingir 1.146 cv com a ajuda do sistema KERS (tipo F1) que a Aston Martin solicitou à Rimac que desenvolvesse. Faz mais sentido que o V12 forneça 900 a 1.000 cv, com o modelo depois a contar com um motor eléctrico que assegure os 146 a 246 cv extra.

Com tudo isto, se já estávamos à espera do Valkyrie, que prometeu inicialmente uma relação peso/potência de 1 kg/cv, agora estamos ainda mais ansiosos. Nós e a Mercedes, pois tudo indica que o seu Project One vai ter um rival à altura, ele que anuncia cerca de 700 cv do motor 1.6 turbo de F1, a que se somam mais 300 cv do sistema KERS.