O vice-presidente do MPLA, João Lourenço, foi este sábado eleito presidente do partido, durante o sexto congresso extraordinário, com uma votação de 98,58%, correspondente a 2.309 votos a favor e 27 contra, anunciou a comissão eleitoral.

De acordo com os números divulgados pela comissão eleitoral, em Luanda, votaram 2.342 delegados ao congresso e registaram-se ainda seis abstenções.

A comissão eleitoral declarou que estas eleições — por voto secreto – foram livres, transparente e justas.

João Lourenço, Presidente da República desde setembro de 2017, ascende assim à liderança, também, do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder desde 1975.

Durante a manhã, o presidente cessante do MPLA, José Eduardo dos Santos, despediu-se das funções, assumindo que cometeu erros ao longo dos quase 40 anos no poder em Angola, mas garantindo que sai de “cabeça erguida”.

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“Não existe, naturalmente, qualquer atividade humana isenta de erros e assumo que também os cometi, pois só deste modo os podemos ultrapassar”, disse o também ex-chefe de Estado angolano (1979-2017), no discurso de abertura do sexto congresso extraordinário do MPLA, convocado para eleger João Lourenço como novo líder do partido.

“Esta é a minha última intervenção na qualidade de presidente do MPLA”, começou por afirmar, recordando que assumiu aquele cargo em 21 setembro de 1979, após a morte do então presidente e chefe de Estado (1975-1979), António Agostinho Neto.

“É de cabeça erguida que estou neste grande conclave do nosso partido”, disse ainda, ao dirigir-se aos mais de 2.000 delegados, ao mesmo tempo que se assumiu “pronto para passar a liderança do partido ao próximo presidente”, mas sem referir o nome de João Lourenço, vice-presidente e chefe de Estado, que será eleito hoje líder do MPLA.

“Deixo-vos o meu modesto legado, para que continuem a trilhar os caminhos das nossas figuras”, afirmou, por entre vários momentos de palmas dos delegados.