A ararinha-azul, um pássaro que ficou famoso por ter aparecido no filme “Rio”, está extinta. Esta é a conclusão de um estudo feito pela BirdLife International e publicado no início do mês na ScienceDirect. Segundo ele, já não há indivíduos desta espécie em estado selvagem. A ararinha-azul torna-se, assim, numa das oito espécies de pássaro, quatro das quais nativas do Brasil, que desapareceram do planeta Terra. Neste caso, a culpa é da desflorestação, que lhe destruiu o habitat e a condenou à extinção.

O estudo da BirdLife International, uma organização ambiental que tem por objetivo proteger a biodiversidade das aves, diz que esta é a primeira vez na história em que o número de espécies extintas na parte do país que fica no continente é maior do que o número de extinções nas ilhas: de acordo com Stuart Butchart, que liderou a equipa de investigação, “90% das extinções de pássaros nos séculos mais recentes aconteceu em ilhas, mas os resultados confirmam que há uma onda crescente de extinções no continente por causa da perda de habitat, degradação por causa de técnicas agrícolas insustentáveis e exploração madeireira”.

A ararinha-azul tornou-se também na primeira espécie a ser considerada extinta este ano. As outras são o gritador-do-nordeste, o limpa-folha-do-nordeste, a trepadeira-de-cara-preta, o abibe-preto, a caburé-de-pernambuco, a arara-azul-pequena e o papagaio de Nova Caledónia.

Apesar de já não haver ararinhas-azuis em estado selvagem, ainda há entre 60 e 80 em cativeiro espalhados pelo mundo. A BirdLife International acredita que, se houver um esforço entre os proprietários desses pássaros, é possível que alguns desses pássaros sejam postos em liberdade para poderem repovoar as florestas do Brasil. Se isso acontecesse, era como se “Rio” se tornasse realidade: no filme, uma ararinha-azul chamada Blu foge do cativeiro em Minnesotta e viaja com uma fêmea da mesma espécie até ao Brasil para repovoar a floresta.

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