O Comité de Emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) reúne-se esta quarta-feira com caráter de urgência, em Genebra, para abordar a epidemia de ébola na República Democrática do Congo, onde morreram 139 pessoas desde agosto até domingo passado.

A reunião foi convocada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, com o objetivo de se analisar se a nova epidemia, declarada a 1 de agosto, em Mangina, na província de Nord-Kivu, na zona este da República Democrática do Congo, representa “uma emergência de saúde pública de amplitude internacional”.

O epicentro da epidemia transferiu-se entretanto para Beni, baluarte do grupo armado ADF (Forças Democráticas Aliadas), que multiplicou os ataques contra civis, complicando a resposta sanitária.

Estatísticas atualizadas da OMS indicam que o total de casos sinalizados ascende a 211 (176 confirmados e 35 prováveis) e o registo de mortos é 135.

No sábado, as autoridades congolesas disseram que estão a enfrentar agora uma “segunda onda” da epidemia.

“Esta segunda onda é o resultado da resistência da comunidade à resposta, a existência de cidades mortas e insegurança e a fraca colaboração de práticas tradicionais em atividades de resposta”, disse Oly Ilunga, Ministro da Saúde da República Democrática do Congo, durante uma conferência de imprensa.

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Ilunga notou que, pela primeira vez, um elemento da missão das Nações Unidas no Congo (Monusco) foi contaminado com o vírus do ébola e observou que mais de 16.200 pessoas foram vacinadas.

A pior epidemia de ébola na história atingiu a África Ocidental entre o final de 2013 e 2016, causando mais de 11.300 mortos em 29.000 casos sinalizados, mais de 99% na Guiné, Libéria, Nigéria e Serra Leoa.

A OMS foi então fortemente criticada pela resposta lenta à epidemia.