Um estudo agora divulgado pela Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) afirma que nove em cada dez profissionais de saúde consideram que os cuidados de saúde não estão devidamente preparados para responder a pessoas com doenças crónicas, avança a TSF.

De forma a combater esta situação, a APDP pretende criar uma espécie de alcoólicos anónimos dirigida a pessoas com diabetes. A ideia passa pela criação de uma ”Casa da Diabetes” onde os doentes e as suas famílias possam ter cuidados personalizados e ser acompanhados devidamente. O objetivo é uma real intervenção comunitária com redes de apoio social.

Este apoio passa por encontrar estruturas na comunidade que juntem pessoas, ou seja, ”Casas de Diabetes como espaços de entreajuda”, conta José Manuel Boavida, presidente da associação e médico endocrinologista. ”Estas doenças precisam de enquadramento na sociedade, onde os profissionais de saúde têm que intervir, mas que ultrapassam a própria dimensão estrita dos profissionais de saúde”.

Para o médico, é fundamental a existência deste acompanhamento no tratamento da doença. ”Quando não compreendemos como é que cada pessoa reage emocionalmente à doença, como a família a acompanha, quais são as suas forças e fraquezas, não podemos resolver seguramente isto só com medicamentos”, refere.

A ”grande lição” retirada por José Manuel Boavida é que o modelo que tem vindo a ser utilizado no tratamento da diabetes ”está ultrapassado” e ”vem do tratamento das doenças curativas e agudas, para uma compreensão do que é o acompanhamento de doenças”, em que os tratamentos estão principalmente nas mãos dos doentes, conforme avança o jornal Público.

Este estudo revela também que 70% dos profissionais de saúde inquiridos, apreciam que os diabéticos lhes digam qual a melhor forma os ajudar a gerir a doença e seis em dez considera necessária formação em comunicação e suporte para a mudança de comportamentos.

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