Os procuradores do Ministério Público que estão a investigar o caso BES comunicaram ao diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) que só em março de 2019 é que deverão ter toda a prova recolhida, sendo que só depois disso é que a podem verter numa eventual acusação. Segundo noticia o site da revista Sábado, este atraso, juntamente com as diligências que estão dependentes de cooperação internacional, a que se somam ainda as férias judiciais, faz com que a acusação não deva surgir antes do final de 2019.

O diretor do DCIAP, Amadeu Guerra, aceitou o memorando dos magistrados a dar conta do atraso considerando “estarem suficientemente explicitadas e justificadas as razões do atraso em relação à conclusão do inquérito”. Em todo o caso, Amadeu Guerra pediu aos magistrados encarregues do processo que enviem até ao fim deste ano um memorando com as diligências já realizadas e uma calendarização dos prazos previstos até ao despacho final.

Os procuradores responsáveis pelo caso BES deram ainda conta ao diretor do DCIAP de alguns dados do processo: ao todo, desde a abertura da investigação, em 2014, foram constituídos 35 arguidos (entre os quais estão Ricardo Salgado e alguns elementos da restante antiga administração do BES), 178 pessoas já foram ouvidas e já houve arresto de bens no total de 1,8 mil milhões de euros.

Na resposta aos procuradores, que também se queixaram de falta de meios da PJ, por estar “esgotada”, o diretor do DCIAP admitiu a falta de meios e sublinhou que já fez o pedido ao diretor nacional da PJ para afetar pelo menos mais um inspetor àquele inquérito. “Estou ciente, face ao que acontece noutros inquéritos do DCIAP, de que a falta de meios humanos da Polícia Judiciária é enorme”, disse Amadeu Guerra citado pela Sábado.

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