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Casillas tem razão. E também um Tiquinho de sorte (a crónica do FC Porto-Sp. Braga)

Este artigo tem mais de 5 anos

As duas melhores equipas da Liga estiveram no Dragão. A que nunca tinha perdido, acertou duas vezes na trave; a que mais quis ganhar, marcou no final. Soares isolou FC Porto do Sp. Braga (1-0, 88').

Soares marcou o golo que decidiu o encontro a dois minutos do final, após cruzamento da direita de Otávio
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Soares marcou o golo que decidiu o encontro a dois minutos do final, após cruzamento da direita de Otávio

AFP/Getty Images

Soares marcou o golo que decidiu o encontro a dois minutos do final, após cruzamento da direita de Otávio

AFP/Getty Images

Jesualdo Ferreira foi o único treinador a ganhar no Dragão como técnico do FC Porto e Sp. Braga. Sobre a passagem de quatro anos pelos azuis e brancos, com três Campeonatos, duas Taças de Portugal e uma Supertaça, estamos conversados; no entanto, as três temporadas que cumpriu nos arsenalistas, mesmo sem títulos, tiveram grande importância para o clube como aconteceu em 2004/05, altura do único triunfo minhoto no terreno dos dragões e que coincidiu com uma caminhada que, a cinco jornadas do final, colocava a equipa ainda na luta pelas decisões finais sobre o título. Poucos anos depois, em 2009/10, com Domingos, essa batalha do Sp. Braga pelo primeiro lugar durou mesmo até à última jornada. Mas havia outra coisa a mudar, como se percebeu pela grande presença de adeptos minhotos esta noite nas bancadas.

FC Porto vence Sp. Braga por 1-0 com golo de Soares aos 88′ e isola-se na liderança da Liga

A cinco jornadas do final da Primeira Liga em 2004/05, o Sp. Braga tinha então os mesmos pontos do que o Sporting e menos um do que o líder Benfica. Acabaria por perder em Penafiel e na receção dos leões, deixando de seguir o comboio da frente de uma forma irremediável. Logo na altura, alguns dos intervenientes desse grupo confidenciavam que havia um ponto ainda por atingir no crescimento – ter uma massa adepta e uma cidade que fosse verdadeiramente dos arsenalistas, soltando-se da grande maioria de simpatizantes do Benfica que existiam naquela zona de Portugal. Com a devida distância temporal, essa emancipação começou a ganhar forma nessa temporada, que coincidiu com a única vitória no Dragão. E confirmou-se em definitivo a partir de 2009/10. Hoje, mais do que saber se é ou não candidato ao título, é um clube que soube crescer. Que criou novas infraestruturas. Que foi reforçando o plantel. Que escolhe bem os treinadores. Que tem vida e personalidade próprias.

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Ficha de jogo

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FC Porto-Sp. Braga, 1-0

10.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: Artur Soares Dias (AF Porto)

FC Porto: Casillas; Maxi Pereira (Otávio, 63′), Felipe, Éder Militão, Alex Telles; Danilo, Óliver Torres (Hernâni, 82′); Corona, Brahimi (Herrera, 72′), Marega e Soares

Suplentes não utilizados: Vaná, Mbemba, Sérgio Oliveira e André Pereira

Treinador: Sérgio Conceição

Sp. Braga: Tiago Sá; Goiano (Fábio Martins, 90+1′), Bruno Viana, Pablo Santos, Sequeira; Ricardo Esgaio, Claudemir, Fransérgio, Ricardo Horta (Wilson Eduardo, 83′); Paulinho (Palhinha, 79′) e Dyego Sousa

Suplentes não utilizados: Marafona; Raul Silva, João Novais e Eduardo

Treinador: Abel Ferreira

Golo: Soares (88′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Fransérgio (40′) e Soares (56′)

Não foi por acaso que Iker Casillas, na antecâmara da partida, considerou que o FC Porto-Sp. Braga colocaria frente a frente as duas melhores equipas do Campeonato. E não foi por acaso que Sérgio Conceição, na conferência de imprensa da véspera, deixou vários elogios à forma como Abel Ferreira montou uma equipa que tem prazer em jogar futebol – aliás, não era por acaso que tinha marcado em todos os encontros e que era, contando com todos os encontros oficiais até ao momento, a única equipa das dez principais ligas europeias que não tinha perdido (até a eliminação da Liga Europa surgiu depois de dois empates). No entanto, a vitória caiu mesmo para a equipa azul e branca (que somou o sétimo triunfo consecutivo antes da paragem entre Campeonato, Taça de Portugal, Taça da Liga e Liga dos Campeões). E com um Tiquinho (Soares) de sorte à mistura, a mesma sorte que, com a devida distância temporal, se costuma depois apelidar de “estrelinha de campeão”.

Com Soares a entrar no lugar de Herrera e Paulinho a manter-se no apoio a Dyego Sousa, FC Porto e Sp. Braga entraram com esquemas táticos parecidos entre características individuais e dinâmicas coletivas diferentes. Nos primeiros 15 minutos, houve pouco mais do que um encaixe com bola-cá-bola-lá e dois remates sem perigo pelo meio, de Óliver Torres e Fransérgio. Só de bola parada surgiu um pouco mais da objetividade que as aproximações que iam sendo feitas às duas balizas procuravam, quando Paulinho aproveitou um livre lateral de Sequeira para desviar na área para defesa atenta de Casillas (18′). Quase na resposta, Maxi Pereira foi lançado na direita, não encontrou as linhas de passe desejadas e arriscou ele mesmo o remate cruzado para intervenção apertada de Tiago Sá (21′); minutos depois, Dyego Sousa tinha tudo para chegar ao golo mas deu um passo a mais para a frente e perdeu ângulo para desviar da melhor forma um cruzamento da esquerda (25′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos em vídeo do FC Porto-Sp. Braga]

Mais um período intenso mas longe das balizas, mais uma fase de oportunidades repartidas com a mesma ideia na génese: saídas rápidas em transição, muita velocidade ao primeiro toque e exploração das diagonais para mudar o centro de jogo. Numa das poucas jogadas em que o FC Porto conseguiu desposicionar os médios de cobertura e os centrais do Sp. Braga, Marega fez o passe atrasado para Brahimi na área mas Tiago Sá conseguiu travar apenas com uma mão o remate de pé esquerdo do argelino (38′); pouco depois, a fórmula inverteu-se, a bola foi circulando até ao corredor direito onde Ricardo Esgaio, já na área, atirou cruzado para defesa difícil de Casillas (41′). Um jogo que já merecia golos chegava a zeros ao intervalo, com muita contestação dos responsáveis azuis e brancos por um lance nos descontos com Sequeira na área (o típico bola na mão ou mão na bola).

No segundo tempo, as características do jogo mantiveram-se. Demorou até haver um remate enquadrado com a baliza, mas Ricardo Esgaio teve demasiada pontaria quando, após mais uma boa saída com um passe a rasgar de Ricardo Horta, controlou de forma orientada e disparou com estrondo à trave da baliza de Iker Casillas, que nada poderia fazer (55′).

Estava na altura de começar a dança fora das quatro linhas. Sérgio Conceição teve a primeira palavra. E a segunda. Com isso, ficou mais perto da vitória; com isso, arriscou-se a sofrer a derrota. No final, ficou o crédito retirado do banco perante um risco que assumiu tomar e que acabou por trazer juros. Ao trocar Otávio por Maxi como tinha acontecido na Madeira, o brasileiro mexeu na forma como a equipa azul e branca levava a bola para o último terço, dando outro critério e qualidade; ao abdicar de Brahimi para lançar Herrera, o FC Porto recuperou a luta do meio-campo com mais uma unidade. No entanto, foi Fransérgio a acertar de novo na trave da baliza dos dragões, no seguimento de uma saída pela esquerda com Horta e Dyego Sousa (77′).

Se no campo o encontro continuava competitivo e bom de assistir, a dança das alterações tornava-se cada vez mais interessante. Ao perceber que Herrera começava a agarrar demasiado jogo no meio, Abel Ferreira abdicou de Paulinho e lançou Palhinha para equilibrar as contas no corredor central; já Sérgio Conceição, percebendo que dificilmente o jogo iria deixar de estar partido, arriscou tudo com a entrada de Hernâni para o lugar de Óliver Torres, que se ia perdendo no desgaste físico da partida a contar para a Liga dos Campeões a meio da semana. O Sp. Braga admitia ainda sair do Dragão com um triunfo mas parecia não ficar incomodado com o empate; o FC Porto podia garantir o empate mas queria abrir o jogo para chegar ao triunfo. E chegou mesmo: Otávio inventou espaço na direita para o cruzamento largo e Soares, que até estava a fazer um jogo discreto, subiu mais alto e decidiu a dois minutos do final. Foi o KO técnico entre duas equipas que já não podiam mais. Mas se os vencedores passam a liderar isolados, os vencidos provaram que ainda terão uma palavra a dizer no Campeonato.

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