Isabel dos Santos alertou esta quarta-feira que em Angola “a situação está a tornar-se cada vez mais tensa, com a possibilidade de se juntar à crise económica existente, uma crise política profunda”.

Numa série de mensagens divulgadas durante o dia na rede Twitter, a filha do ex-chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, exemplifica: “Greve nacional dos médicos com 90% de adesão, quebra do poder de compra em 170%, fome nas famílias apesar do petróleo em alta”.

As mensagens surgem no mesmo dia em que o seu pai, José Eduardo dos Santos, fez uma declaração garantindo que não deixou os cofres públicos vazios, e poucos dias depois de o atual Presidente, João Lourenço, ter criticado a forma como foi feita a passagem da ‘pasta’ entre os dois chefes de Estado.

Na declaração sem direito a perguntas dos jornalistas, feita pouco depois de o atual Presidente levantar voo de Luanda rumo a Lisboa, para uma visita de Estado de três dias, José Eduardo dos Santos disse: “Não deixei os cofres do Estado vazios. Em setembro de 2017, na passagem de testemunho, deixei 15 mil milhões de dólares no Banco Nacional de angola como reservas internacionais líquidas a cargo do um gestor que era o governador do BNA sob orientação do Governo”.

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Para Isabel dos Santos, esta foi “uma entrevista sem precedentes”, escreveu no Twitter, acrescentando: “Antigo Presidente angolano Eng. José Eduardo dos Santos, afirma que não deixou os ‘cofres vazios’ e novo OGE2018 foi feito pela equipa do Presidente João Lourenço. 15 mil milhões de dólares foi valor deixado em caixa. E 29 mil milhões foi receita 2018 da Sonangol”.

João Lourenço sucedeu em setembro de 2017, após as eleições gerais de agosto, a José Eduardo dos Santos no cargo de Presidente da República de Angola, funções que desempenhou entre 1979 e 2017.

Em novembro de 2017, João Lourenço exonerou Isabel dos Santos da presidência do conselho de administração da petrolífera estatal angolana Sonangol.