Considerado pelos especialistas uma das obras-primas da arte ocidental mais belas de sempre, o fresco “Triunfo da Divina Providência”, da autoria de Pietro de Cortona, é excepcional pelo seu tamanho e complexidade. Não foi de ânimo leve que consumiu seis anos de trabalho ao artista, por muitos visto como um génio do barroco italiano.

Sucede que a obra, feita a pedido do Papa Urbano VIII e concluída há 379 anos, ‘mudou-se” do tecto do antigo Palazzo Barberini – a actual Galeria Nacional de Arte Antiga, em Roma – para um Fiat 600 Multipla já em idade artística, pois a unidade que foi alvo da atenção dos artesãos da Garage Italia Customs data de 1962.

Os técnicos do conhecido preparador, fundado em 2015 pelo excêntrico Lapo Elkann, reproduziram o fresco sobre couro, tendo essa pele depois sido utilizada para revestir o tejadilho e os bancos do veículo.

Mas o trabalho meticuloso não se ficou por aqui. A carroçaria do Fiat, que vai ficar ao serviço do hotel St. Regis, na capital italiana, recebeu uma pintura bicolor evocativa dos primeiros exemplares produzidos nos idos anos 60. Com uma particularidade: os tons são separados por um friso composto por folhas de ouro de 24 quilates.

A terminar, e porque a ideia que presidiu a este trabalho visava a reconversão do 600 Multipla, o monovolume troca o vetusto quatro cilindros a gasolina que o animava por uma motorização eléctrica. Como a ideia é seduzir os hóspedes da unidade hoteleira logo no transporte, o charme fica-se pelos 95 km/h de velocidade máxima e cerca de 150 km de autonomia.

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