Portugal é um dos países onde os preços das casas mais têm aumentado nos últimos anos e deve manter essa tendência nos próximos anos. De acordo com estimativas da agência de notação financeira Moody’s, o valor do imobiliário residencial irá subir de 7% a 8% até 2020, descreve o Diário de Notícias na edição desta quinta-feira.

O mercado português é aquele que apresenta a previsão de uma taxa de crescimento mais elevada, ao lado da Holanda e da Irlanda. Os três países deverão ser os que mais irão beneficiar com a valorização dos preços das casas nos próximos dois anos, segundo realça a Moody’s.

A Moody’s nota que “os preços das casas têm estado a aumentar desde meados de 2013 e aceleraram em 2017 para níveis antes de 2008”, tendo subido mais de 16% desde o início de 2016. Em Lisboa a subida foi de 47% e no Porto foi de 34%.

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O “desfasamento entre a procura e a oferta está a levar a uma forte apreciação do preço do imobiliário residencial e comercial” em algumas áreas, o que deverá continuar a alimentar o mercado imobiliário em Portugal, indica a agência. Além da falta de oferta em algumas zonas, “o regime fiscal especial para não residentes está a impulsionar a procura externa por propriedades residenciais em Portugal.”

Ainda assim, o Banco de Portugal lança o alerta sobre o facto de o valor das casas poder estar demasiado alto. No último Relatório de Estabilidade Financeira, a entidade sublinha que há sinais de sobrevalorização dos preços, desde a segunda metade de 2017. O Banco de Portugal avisa ainda que “a duração e a rapidez do crescimento dos preços podem implicar riscos para a estabilidade financeira em caso de persistência ou reforço desta dinâmica”.

O interesse de investidores estrangeiros e a procura de imobiliário para tirar partido do crescimento do turismo é um dos motivos apontados pelo Banco de Portugal para a subida dos preços, embora defendendo que, por exemplo, a retirada dos estímulos à economia e a subida gradual dos juros nos próximos anos poderá ajudar a estabilizar os preços das casas.