“Marcamos muitos golos e isso é bom. Estou feliz por ganharmos mais três pontos e amanhã estamos de folga”, atirou Bas Dost na zona de flash interview, após ter recebido o prémio de melhor jogador em campo. Como já é habitual nas aparições públicas, o holandês surgiu descontraído, a falar um português mais pausado para se fazer compreender da melhor forma. Ninguém queria saber naquele momento se a equipa ia ou não treinar no dia seguinte mas o internacional deixou a informação, como que a dizer “esta já está, agora vamos descansar para a próxima”. Ao todo, vão quatro vitórias seguidas e sempre a marcar.

Nem um Barcelona lhes tira o sorriso. E como eles são felizes com a bola nos pés (a crónica do Sporting-Desp. Aves)

“Hoje foi muito difícil. Na primeira parte não jogámos bem e o Desp. Aves parecia o Barcelona, incrível. Fez um grande jogo na primeira parte e o momento do penálti é muito importante. Marcámos, depois o Nani fez um golaço e na segunda parte chegámos aos 4-1″, resumiu a propósito do triunfo frente aos avenses onde voltou a marcar mais dois golos.

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A chegada de Marcel Keizer a Alvalade acabou por ter o cruzamento do melhor de dois mundos: por um lado, Bas Dost, após longo período de paragem por lesão, estava a começar a chegar ao ritmo competitivo normal e vinha de uma série de três golos noutros tantos jogos; já o novo treinador, que nunca escondeu por onde passou a sua preferência por um esquema com uma unidade de referência na frente, encontrou no gigante a máquina ideal para concluir aquilo a que estava apostado em educar a equipa – jogar bem e criar oportunidades. Mesmo entre algumas poupanças iniciais, a fórmula resultou e em 326 minutos apontou seis golos (e mais assistências pelo meio) em quatro vitórias do Sporting.

Daí saltam outros dois números que mostram bem a influência do jogador nos leões e na Primeira Liga: por um lado, e depois de mais um bis, Dost saltou para a liderança da lista dos melhores marcadores, tendo agora mais um golo do que Dyego Sousa; por outro, e mais impressionante, passou a contar com uma média acima de um golo por jogo no Campeonato desde que chegou a Alvalade – em 68 encontros em duas épocas e meia, apontou um total de… 69 golos.

Depois do ataque à Academia, onde acabou por ficar como a principal face do terror pelo qual passaram os jogadores leoninos, o holandês de 29 anos avançou com a rescisão de contrato, teve propostas bem mais tentadoras em termos financeiros de outras ligas igualmente competitivas mas acabou por permanecer em Alvalade. Por gostar do clube, por gostar do país, por gostar do clima, por perceber que a família estava adaptada e em vias de crescer, como aconteceu. Em entrevista à TV do clube esta semana, a propósito dos 100 jogos pelos leões, respondeu que preferia a alcunha de Exterminador a Icerberg, mostrou a sua admiração por Lewandowski, admitiu que também faz “golos de m****” e falou sobre a música Thunderstruck dos AC/DC que se ouve sempre que marca em casa. “É uma canção que ganhou vida própria e já faz parte de mim”, disse. E o holandês, que marcou pela primeira vez dois ou mais desde que chegou ao Sporting (15.º bis) parece não se cansar de ouvi-la.