O recente salão automóvel de Detroit, a capital da indústria automóvel dos EUA, teve alguns momentos caricatos. Um deles misturou um T-Rex insuflável e alguns modelos da Ford e da General Motors (GM), os maiores construtores locais. Mas não era fácil perceber o que havia em comum entre o extinto animal e alguns dos veículos mais populares entre os condutores americanos.

Os manifestantes reunidos à frente do Cobo Center, onde decorria o Detroit Auto Show, alguns dos quais envergando disfarces de T-Rex, não pretendiam ameaçar os fabricantes e, muitos menos, fazer ressuscitar o imponente animal. O objectivo era, pura e simplesmente, recordar que a temível besta, que figurava há 68 milhões de anos no topo de cadeia alimentar, pesava umas impressionantes 9 toneladas. Curiosamente, tantas quanto o peso das emissões de CO2 de um Ford Explorer, chamando a atenção para a necessidade de encontrar motorizações menos poluentes.

Além dos T-Rex, o Cobo Center foi igualmente visitado por manifestações dos sindicatos ligados à indústria automóvel, preocupados com os milhares de empregos que vão ser eliminados em Detroit, além de noutras zonas do país, com os anunciados encerramentos de fábricas nos EUA, bem como no vizinho Canadá. E as críticas fazem algum sentido, tanto mais que foram os contribuintes que salvaram a GM, injectando alguns milhares de milhões de dólares para evitar a sua falência após 2008, para agora verem as linhas de montagem rumarem a sul, em busca dos menores custos salariais do México.

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