Juan Guaidó auto-proclamou-se presidente interino da Venezuela esta quarta-feira diante uma multidão de conterrâneos. Os Estados Unidos da América foram rápidos a reagir e a reconhecer a legitimidade do líder da Assembleia Nacional. Outros países seguiram os norte-americanos, um dos países mais influente do mundo, com grande parte da América Latina a prestar apoio a Guaidó. Relativamente à Europa, Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, já deixou pistas sobre a posição da União Europeia: “Espero que toda a Europa se una em apoio às forças democráticas na Venezuela. Ao contrário de Maduro, a Assembleia Nacional, incluindo Juan Guaidó, tem um mandato democrático dos cidadãos venezuelanos.”

Esta é a lista dos países que reconheceram — e que não reconheceram — o novo presidente interino.

Países que reconheceram o novo presidente

Estados Unidos da América

Assim que Juan Guaidó se autoproclamou presidente interino da Venezuela, os Estados Unidos reagiram de imediato reconhecendo-o como tal. No Twitter oficial da Casa Branca, a administração dos EUA afirmou que Donald Trump reconhece “oficialmente o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela”. “O povo da Venezuela falou contra o regime de Maduro de forma corajosa e exigiu liberdade e Estado de Direito”, pode ler-se no comunicado de Trump.

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Brasil

Jair Bolsonaro, à semelhança de outros líderes, usou a rede social Twitter para declarar apoio ao novo presidente interino da Venezuela. Na respetiva conta partilhou um texto, onde se inclui esta citação: “O Brasil apoiará política e economicamente o processo de transição para que a democracia e a paz social volte a Venezuela”.

Paraguai

O presidente do Paraguai, Marito Abdo, também declarou “apoio” a Guaidó. No Twitter escreveu: “Contem connosco para abraçar de novo a liberdade e a democracia.”

Colômbia

Iván Duque, presidente da Colômbia, reconheceu a legitimidade de Juan Guaidó a partir de Davos, na Suíça. Citado pelo jornal colombiano El Tiempo, declarou que a Colômbia “acompanha este processo de transição até à democracia para que o povo venezuelano se liberte da ditadura”.

Costa Rica

Carlos Alvarado Quesada, presidente da Costa Rica, também reconheceu Juan Guaidó e disse estar do lado do “diálogo, da paz e de novas eleições livres”.

Equador

“O Equador sempre manifestou solidariedade para com o povo da Venezuela”, disse Lenín Moreno, presidente daquele país, momentos antes de reconhecer a legitimidade de Juan Guaidó. O vídeo com a declaração foi publicado no Twitter.

Peru

A vice-presidente peruana, Mercedes Aráoz, disse também apoiar Juan Guaidó “na transição democrática e pacífica do nosso país irmão”.

Chile

“O Governo do Chile reconhece Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela”, declarou Sebastián Piñera. “Manifestamos total apoio na sua missão para recuperar a democracia. Maduro é parte do problema e não da solução.”

Argentina

O presidente argentino, Maurício Macri, também reconheceu Guaidó como Presidente interino da Venezuela. No Twitter escreveu: “A Argentina apoiará todos os esforços de reconstrução da democracia venezuelana e o restabelecimento das condições de vida dignas para todos os seus cidadãos”.

Guatemala

A ministra dos Negócios Estrangeiros, Sandra Jovel, reconheceu, via Twitter, a legitimidade de Juan Guaidó.

Canadá

Através do ministério dos Negócios Estrangeiros, encabeçado por Chrystia Freeland, também declarou apoio a Juan Guaidó.

Geórgia

Também a Geórgia reconheceu Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Segundo a agência Efe, citada pelo El País, a Geórgia “saúda as declarações dos seus aliados de apoio ao povo venezuelano na sua luta pela democracia e pela liberdade”

Honduras

As Honduras também partilharam no Twitter o comunicado oficial onde reconhecem oficialmente Juan Guaidó.

Portugal

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, afirmou na noite de quarta-feira o seu pleno respeito “à vontade inequívoca” mostrada pelo povo da Venezuela e disse esperar que Nicolas Maduro “compreenda que o seu tempo acabou”.

“Apelamos para eleições livres, para que Maduro compreenda que o seu tempo acabou, porque não pode ignorar a vontade do povo e a Assembleia Nacional tem de ser respeitada”, disse o ministro à Lusa.

Santos Silva acrescentou “subscrever inteiramente” a declaração da chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, “preparada entre Estados-membros”, que renova o “apelo para que não haja violência e que seja plenamente respeitada a vontade inequivocamente manifestada hoje pelo povo venezuelano para a realização de eleições livres e justas”.

O mesmo fez Espanha, cujo governo, liderado por Pedro Sánchez, não foi mais longe do que reproduzir o comunicado de Mogherini. A oposição espanhola está a criticar duramente o governo por não ir mais longe — Pablo Casado, do PP, diz que Sánchez está “refém dos sócios podemitas financiados pela narco-ditadura venezuelana” e por isso é que não retira o apoio a Maduro.

Panamá

Numa “busca por uma solução pacífica e democrática para a crise social, económica e política vivida” na Venezuela, o presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, reconheceu Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela

Kosovo

O primeiro-ministro do Kosovo, Behgjet Pacolli, declarou apoio a Juan Guaidó e, dirigindo-se ao povo venezuelano, escreveu num tweet: “Desejamo-vos o melhor no vosso percurso para restaurar a democracia”.

Albânia

Também o primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, reconheceu e apoiou Juan Guaidó, desejando que o povo venezuelano tenha sucesso a “livrar-se do poder ilegítimo que tornou o país num inferno”.

Países que não reconheceram o novo presidente

México

O México reagiu no sentido contrário de países como Brasil ou Paraguai. Citado pela Reuters, o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros declarou que, “por agora”, não se prevê qualquer alteração da política do país em relação à Venezuela.

Bolívia

“A nossa solidariedade [está] com o povo venezuelano e o irmão Nicolás Maduro nestas horas decisivas em que as garras do imperialismo procuram ferir de morte a democracia”, escreveu Evo Moráles no Twitter.

Rússia

A Rússia mantém o apoio a Nicolás Maduro. O vice-presidente da Comissão de Assuntos Internacionais da Câmara Alta russa disse, citado pela Associated Press, que “nada vai mudar na sua posição [na Rússia]”.

A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, escreveu na rede social Twitter que “os eventos atualmente em curso na Venezuela mostram claramente a atitude da comunidade internacional progressista em relação ao direito internacional, soberania e não-interferência nos assuntos internos de um país”.

Cuba

O Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, reiterou o apoio a Maduro e à “Revolução Bolivariana” via Twitter, onde citou Fidel e partilhou fotos do líder histórico com Hugo Chávez.

Turquia

Um porta-voz do presidente da Turquia revelou esta madrugada que Tayyip Erdogan telefonou na quarta-feira a Nicolás Maduro, para dar uma palavra de apoio ao regime neste momento decisivo.

“O nosso presidente telefonou e deu o seu apoio ao presidente venezuelano Nicolás Maduro, dizendo ‘meu irmão Maduro! Mantém a força, estamos do teu lado'”, indicou Ibrahim Kalin, no Twitter.

O porta-voz acrescentou que “a liderança de Erdogan vai manter a sua posição de princípio contra qualquer tentativa de golpe”. Terminou com a hashtag #WeAreMaduro.

[Vídeo: Vários mortos no dia em que as ruas entraram em convulsão]