Uma celebração dos “20 anos do chavismo” de um lado, uma manifestação de apoio à oposição do outro. Foi assim, esgrimindo diferentes argumentos, que milhares de venezuelanos saíram à rua este sábado para demonstrar apoio ora a Nicolás Maduro, ora a Juan Guaidó. Os dois assumem-se atualmente como Presidente da Venezuela: um é reconhecido por países como a China, a Turquia e a Rússia, o outro tem o apoio de Estados Unidos, Brasil, Colômbia e do Parlamento Europeu.

Não há números oficiais, mas as imagens deixam claro que centenas de pessoas decidiram demonstrar em público o seu apoio a cada um dos líderes. Na Avenida Bolívar, os apoiantes de Maduro cantaram canções, gritaram contra o “imperialismo yankee” e empunharam varias imagens de Hugo Chávez, o ex-Presidente que tomou posse pela primeira vez há 20 anos. Ao vivo, puderam assistir às declarações de Maduro contra a ação dos Estados Unidos e de um Governo que, diz o líder do PSUV, é gerido “pelo Klu Klux Klan”, numa referência ao grupo de supremacia branca norte-americano.

Do outro, os apoiantes da oposição encheram o bairro de Las Mercedes para dar vivas a Guaidó, presidente da Assembleia Nacional que reconhecem como Presidente legítimo do país. E puderam também ouvi-lo anunciar que irá permitir o estabelecimento de três centros de ajuda humanitária perto das fronteiras do país para que possa entrar medicação na Venezuela. Para tal tarefa ser bem-sucedida, será fulcral o apoio dos militares a Guaidó.

Fora de Caracas também houve manifestações, sobretudo de apoio à oposição. Em países vizinhos como o Chile e a Colômbia houve gente a sair às ruas, mas também em países que estão geograficamente mais distantes como Portugal e até a Turquia.

Em breve, centenas de venezuelanos podem voltar a encher as ruas de Caracas. Juan Guaidó convocou nova manifestação para 12 de fevereiro.

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