O relatório da Deloite conclui que adquirir e utilizar um veículo eléctrico deverá ser equivalente a um veículo com motor de combustão, a gasolina ou a gasóleo, em 2022, isto se considerarmos o total cost of ownership (TCO), o que inclui a aquisição, manutenção e combustível. O estudo (que pode ver aqui) é relativo ao mercado britânico, mas pode facilmente ser aplicado ao mercado português, se tivermos em conta os menores impostos que incidem sobre os veículos com motores de combustão naquele mercado e os maiores apoios à aquisição de eléctricos, que ali rondam as 3.500 libras, ou seja 3.993€, substancialmente mais do que os 2.250€ pagos em Portugal e só aos primeiros 1.000 candidatos aos apoios.

A Deloitte começa por anunciar que a vontade política e a legislação aprovada são determinantes para o resultado a que chegou, sobretudo considerando os futuros objectivos de consumos e emissões, acesso a determinadas cidades, ou aos seus centros, e os incentivos à aquisição.

A conhecida empresa de auditoria e consultadoria analisa ainda, num relatório particularmente detalhado, as preocupações dos condutores em relação aos veículos eléctricos, nomeadamente no que toca aos custos de aquisição (dado que ainda são mais caros do que os concorrentes a gasolina ou diesel), menor autonomia e limitações ao nível do número de postos de carga e tempo necessário para recarregar as baterias. Por outro lado, a Deloitte antecipa que a procura vai aumentar, essencialmente devido ao esperado progresso das baterias, diminuindo a ansiedade dos utilizadores deste tipo de modelos.

Mas o centro do relatório é a questão dos TCO, com a Deloitte a prever apenas um ligeiro incremento ao longo dos anos dos veículos equipados com motores de combustão, diesel ou gasolina, para antecipar igualmente uma forte descida dos custos ao longo dos próximos anos, para quem optar pelos modelos alimentados exclusivamente por bateria. Com ou sem os incentivos de 3.500 libras do Governo britânico.

Os analistas aceitam ainda que, depois de se terem comercializado cerca de 2 milhões de veículos eléctricos em 2018, este valor deva duplicar para 4 milhões em 2020 e 12 milhões em 2025, para em 2030 o mercado mundial consumir 21 milhões de EV, sendo que a maioria deverá ser absorvida pelo mercado chinês.

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