O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusa os dois grupos da área da saúde que suspenderam os serviços à ADSE de estarem a fazer chantagem com o Serviço Nacional de Saúde (SNS). “Estamos perante um processo de chantagem. Não devemos deixar o SNS aprisionado aos grandes interesses, porque o SNS é um exemplo da defesa do direito à saúde. Esses grupos económicos consideram que a doença é que deve ser um negócio”, afirmou esta terça-feira o líder comunista.

Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita que realizou a uma empresa do setor dos granitos, em Penafiel, o secretário-geral do PCP referiu que a questão se coloca neste momento com dois grupos económicos no setor da saúde, porque “existem muitas pequenas e médias empresas que têm o compromisso com o Estado e que têm cumprido”.

Os grupos José de Mello Saúde (rede CUF) e Luz Saúde comunicaram esta semana o fim das convenções com o subsistema de saúde ADSE, a partir de 12 e 15 de abril, respetivamente.

Para Jerónimo de Sousa, as empresas têm de cumprir o acordo que celebraram com o Estado, honrando os seus compromissos. “A razão é que [os dois grupos económicos] não querem fazer o acerto de contas com o SNS em relação a montantes que têm de ser pagos. Não vejo outra solução. Se há um contrato, se há um acordo, se há uma parte que não paga, isso tem que ser resolvido”.

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Reafirmando que o país não pode ficar “prisioneiro dos grandes grupos económicos em relação ao direito à saúde”, Jerónimo de Sousa insistiu não ver outra solução, de “mínimo bom senso”, que não seja a cobrança “daquilo que é devido”.

Os três motivos que levaram dois hospitais (até agora) a suspenderem o acordo com a ADSE

Os membros do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE reúnem-se hoje, encontro no qual será abordada a questão da eventual suspensão das convenções entre grupos privados e o sistema de saúde dos funcionários públicos.