Kerry Costello é um cidadão britânico que adquiriu um Classe E300 Cabriolet usado, num concessionário da marca, em Suffolk. Na descrição das características do descapotável da Mercedes podia ler-se, entre outros pormenores, “black leather interior”, ou seja, forrado a pele preta. Um extra pelo qual a marca cobra 912 libras, cerca de 1.056€, sendo a alternativa um plástico apelidado de Artico.

Costello não gostava do “toque” da pele do seu Mercedes e ficou ainda mais de pé atrás quando leu no Daily Mail que outro cliente, suspeitando que a pele dos seus assentos não era bem pele, mandou analisá-la num laboratório. E o resultado foi que numas partes do assento imperava a pele da vaca, enquanto noutras era uma “pele” derivada de petróleo, também conhecida por plástico.

Na posse desta informação, Costello pressionou a Mercedes, que acabou por confessar que usa pele juntamente com plástico para “conferir ao revestimento mais rigidez e estrutura”, sendo um facto que esta opção é igualmente mais barata e menos nobre. Insatisfeito com a resposta, Costello recorreu ao tribunal, que condenou a marca alemã ao pagamento de 900€ por ter mentido nas especificações dos seus produtos. E Costello só não teve direito a uma indemnização superior porque adquiriu o seu carro usado, ou seja, não pagou uma quantia específica por aquele extra, pois de outra forma a penalização seria mais grave. Resta saber o que pensarão os clientes da Mercedes da próxima vez que se sentem em bancos em pele. No mínimo, pode-lhes ocorrer a dúvida: esta pele veio da vaca ou da refinaria de crude?

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR