As coisas nem começaram a correr da melhor forma para Novak Djokovic em Roland Garros. Ou melhor, para Roland Garros e por causa de Novak Djokovic: o sérvio estava sossegado no seu período de aquecimento, atirou uma bola medicinal ao chão com força para trabalhar as articulações e quando deu por ela tinha feito um buraco no soalho. “Estou à espera que me mandem a conta. O estrago foi grande, tenho de dizer… Vocês sabem, como tenho uns músculos muito grandes era normal fazer aquele tipo de estragos. O que estava a fazer? Era só a minha rotina de aquecimento, onde atiro a bola medicinal ao chão para aquecer, depois ouvi um barulho na segunda vez e de repente ficou um buraco. Eles arranjaram logo, no dia a seguir estava feito mas aprendi a lição”, atirou numa conferência, depois de já ter publicado um vídeo nas suas redes sociais.
O número 1 do ranking respondeu da melhor forma à clara derrota na final do Open de Itália frente a Rafa Nadal, depois de ter ganho uma semana antes em Madrid, e está confiante nesta edição de Roland Garros que, pelas palavras do próprio, é talvez o grande objetivo da temporada. “Tenho-me preparado para este torneio nos últimos meses. Desejava chegar com todas as minhas forças e num bom momento de forma para estar no meu máximo. De certeza que não sou o único a trabalhar com esse pensamento mas tenho objetivos muito importantes se ganhar”, destacou, citado pelo El País, numa prova onde atribuiu inicialmente todo o favoritismo ao 11 vezes campeão no Grand Slam francês, Rafa Nadal.
Tudo estava a correr bem até esta quarta-feira, dia de paragem devido à chuva. E foi aqui que soaram alguns alarmes: devido ao calendário mais apertado por causa dessa interrupção, Djokovic corria o risco de fazer três jogos de esforço máximo em quatro dias seguidos, o que lhe poderia retirar alguma força de fazer o segundo “Nole Slam” da carreira, como destacava a Forbes: ganhar os quatro Majors de forma consecutiva, depois dos triunfos em Wimbledon e no US Open do ano passado e no Open da Austrália deste ano – algo que, por exemplo, nem Rafael Nadal, nem Roger Federer conseguiram fazer na carreira. No entanto, depois de vitórias seguidas sempre em três sets, o sérvio enfrentou maiores dificuldades no primeiro set contra o alemão Alexander Zverev (7-5) mas confirmou mais um triunfo com duplo 6-2 nos parciais seguintes.
Back in the final 4️⃣.@DjokerNole too good for Zverev 7-5 6-2 6-2. Meets Them in the semi-finals.
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— Roland-Garros (@rolandgarros) June 6, 2019
Agora, na meia-final a que poucos estão a “ligar” mas que promete ser um dos duelos do ano (porque o outro jogo marcará o reencontro entre Nadal e Federer na terra batida de Paris), Djokovic terá pela frente o quarto cabeça de série, Dominic Thiem. E o austríaco, mesmo sendo um outsider, goza de um estatuto que é tudo menos isso: depois de “despachar” nos quartos o russo Karen Khachanov (que antes eliminara Juan Martín del Potro) em 6-2, 6-4 e 6-2, o jogador de 25 anos voltou a mostrar que tem uma palavra a dizer na luta por um lugar na final como no ano passado, depois de já ter ido às meias em 2016 e 2017.
Fourth straight Roland-Garros semi-final!@ThiemDomi ruthless against Khachanov 6-2 6-4 6-2. Awaits winner of Djokovic vs Zverev…
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— Roland-Garros (@rolandgarros) June 6, 2019
“O Dominic trabalha, pensa e tem como objetivo ser o número 1”, resumiu ao site do ATP Nicolas Massu, técnico chileno que está agora a trabalhar com o jogador austríaco, protagonista na primeira semana pelo “problema” gerado por Serena Williams: após a derrota com a compatriota Sofia Anna Kenin, a americana não se mostrou disponível para esperar para ir à conferência de imprensa (ameaçando mesmo ir embora) e a organização tentou passar Thiem, que estava nessa altura a falar, para a sala secundária. “Já não sou um júnior, mas o que é isto? Tenho de me levantar porque ela está chegar? Isto é uma piada…”, atirou. Na ronda seguinte, depois do triunfo do Pablo Cuevas, o número 4 do mundo teve uma exibição de gala frente ao francês Gäel Monfils e garantiu de forma tão inequívoca a passagem aos quartos que tudo o resto passou para plano secundário.