O segredo é a alma do negócio, na indústria automóvel e em qualquer outra. A Tesla está muito mais avançada do que a concorrência, no capítulo do software, tanto mais que concentra toda a gestão do veículo num mega computador, em vez de mais de 100 CPU como aacontece com a concorrência – um Mercedes Classe S moderno, por exemplo, tem 130 CPU, contra apenas um do Tesla Model S, que ainda assim tem um potencial superior, segundo a Continental.
Um dos sectores em que a Tesla está mais avançada é o Autopilot, o sistema de ajuda ao condutor, que actualmente é de nível 2, mas que se prepara para atingir nível 3 ainda este ano. Foi este mesmo sistema que um engenheiro que trabalhava da Tesla carregou na sua iCloud, antes de sair da marca americana para ir trabalhar para os chineses da Xiaopeng Motors. Mas curiosamente, depois de confessar o crime, não admite ter praticado o… crime.
He Xiaopeng, o chinês dono da startup criada em 2014, sempre admitiu publicamente ter sido influenciado pela Tesla e até confessou assumir-se como um clone da marca americana. O que poucos sabiam, pelo menos na época, é que Xia falava a sério em relação a ter sido influenciado pela Tesla. A ponto de ter usado o mesmo “interface” da Tesla.
O construtor americano percebeu finalmente a origem da fuga da sua tecnologia, quando Guangzhi Cao, o seu ex-empregado, depois de “apertado”, admitiu ter-se apropriado do código de programação da Tesla para o Autopilot e tê-lo carregado-o para a sua nuvem.
A marca americana processou o ex-empregado, com os advogados de Cao a responderem que o seu cliente efectivamente admite ter carregado a informação na sua conta pessoal, antes de deixar a Tesla e ir trabalhar para a Xpeng. Contudo, nega tê-lo feito com o intuito de roubar a propriedade intelectual da Tesla.
A Xpeng até poderia ter a vida facilitada, não fosse a Tesla ter assinado um acordo com o Governo chinês para instalar uma fábrica no país, para exportar a partir dali para todo o mundo asiático. Desta forma, é provável que a Tesla tenha músculo suficiente para reverter a situação a seu favor e impedir o que os chineses fazem habitualmente: roubar os segredos alheios com um à vontade que não existe (porque é punido exemplarmente) no mundo ocidental.
He Xiaopeng já admitiu não voltar a repetir façanha mas, a menos que o Governo local se imponha, é pouco provável que isso aconteça, uma vez que este é o modus operandi chinês.