O chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, apelou à convivência pacífica entre os partidos políticos durante a campanha eleitoral que arrancou este sábado, considerando-a um momento para aprofundar a democracia no país.

“Exortamos a todos os cidadãos a participarem de forma ordeira, exemplar e íntegra na campanha eleitoral, tornando-a num momento de festa e de aprofundamento da nossa democracia, da paz, tolerância e convivência pacífica entre os moçambicanos, lê-se num comunicado da Presidência da República distribuído à imprensa.

Quatro candidatos presidenciais, incluindo Filipe Nyusi, e 26 partidos moçambicanos iniciaram hoje a campanha para as eleições gerais de 15 de outubro, sufrágio que, pela primeira vez, não conta com o histórico opositor Afonso Dhlakama e inclui a eleição inédita de governadores.

Para o chefe de Estado moçambicano, é fundamental que os partidos políticos respeitem as diferenças, tornando a campanha um momento para que os cidadãos participem do debate de ideias de forma “responsável e salutar”.

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“Desejamos a todo o povo moçambicano uma campanha eleitoral repleta de cor e alegria que celebre as diferenças de opiniões, como condimentos que florescem a nossa jovem democracia”, acrescenta o Presidente moçambicano, citado no comunicado.

Além de Filipe Nyusi, para as presidenciais concorrem o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, Ossufo Momade, o líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, e o candidato do partido extraparlamentar Ação do Movimento Unido para a Salvação Integral (AMUSI), Mário Albino.

Para as legislativas e provinciais concorrem 26 formações políticas, mas a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, Renamo e o MDM são os que têm maior pujança para aguentar a dura jornada de 45 dias de campanha eleitoral pelos 11 círculos do extenso território nacional e o da diáspora.

As eleições gerais de 15 de outubro vão, pela primeira vez, escolher os governadores das 10 províncias do país, que sairão dos cabeças-de-lista dos partidos concorrentes.

A eleição dos governadores provinciais é uma novidade que decorre da aprovação de um novo pacote de descentralização, no âmbito das negociações para o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional de Maputo, assinado entre o Governo e a Renamo no dia 06 deste mês.

A CNE estima o custo do pleito em 14,6 mil milhões de meticais (203,3 mil milhões de euros) e o Governo já assegurou 56% do orçamento, enfrentando um défice de 44%.

Na quinta-feira, o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, disse à Lusa que o órgão aprovou 180 milhões de meticais (2,6 milhões de euros) para os 26 partidos concorrentes.

A verba será canalizada por etapas e sob condição de apresentação de justificativos de despesas inerentes à campanha eleitoral.