Foi apenas um jogo. 90 minutos. Sem contar para nenhuma competição oficial, sem qualquer efeito prático para as provas que verdadeiramente contam ao longo da temporada. Aliás, o encontro nem se realizou em Espanha. No entanto, o Atlético-Real realizado no final de julho nos Estados Unidos foi muito mais do que um jogo, de tal forma que, dois meses depois, ainda era falado com razões para recordar ou “vingar” por cada uma das partes depois do 7-3 (5-0 ao intervalo) que ficou para a história da rivalidade entre os dois maiores clubes de Madrid.

Um golo, duas assistências, a goleada histórica: a estreia de Félix no dérbi onde o Atlético esmagou o Real

Para João Félix, esse encontro serviu sobretudo para ter uma primeira amostra do que é um dérbi da capital espanhola – um dérbi marcado na última década por outro português, Cristiano Ronaldo, que quando estava nos merengues tinha nos colchoneros uma das suas principais “vítimas”. Nesse jogo, o jovem avançado marcou um golo e fez duas assistências em 66 minutos disputados, dando um sinal da química que começava a criar com Diego Costa, grande referência ofensiva da equipa de Diego Simeone. Uma química bem percetível na pré-temporada que se foi mantendo nos treinos e que ainda esta semana se viu em Maiorca, no triunfo por 2-0.

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“Tenho muitas ganas de disputar este encontro. Já o joguei na pré-temporada, agora vai ser oficial. Quero desfrutar ao máximo desta partida”, comentou João Félix aos meios do clube durante o dia, no lançamento de um jogo que também para si era especial por todo o simbolismo que comportava. Em menos de dez minutos, o número 7 percebeu logo do que é feito um dérbi, levando um “cheirinho” de Sergio Ramos na zona do meio-campo quando ia receber a bola (5′) e falhando na área a primeira oportunidade com o Wanda Metropolitano a explodir (8′). Mais tarde, o antigo avançado do Benfica voltou a ter uma soberana chance de inaugurar o marcador mas o remate voltou a passar ao lado, numa exibição diferente da pré-temporada e onde nunca se conseguiu destacar perante a solidez defensiva contrária. Os golos esgotaram mesmo nos States mas o português podia ter sido estrela.

Houve mais oportunidades para chegar ao golo, que com muito mérito de Oblak (a defesa que faz a cabeceamento de Benzema aos 74′ é de outro mundo) e Courtois pelo meio, nunca apareceu. Por isso, o nulo acabou por não ser desfeito no dérbi de Madrid, que deixou de contar com Félix a partir dos 67′ quando Marcos Llorente entrou para dar outra consistência ao corredor central dos visitados (e em resposta ao regresso de Luka Modric, que regressou após lesão muscular, uma das muitas que assolam o plantel liderado por Zidane).

Com este empate, a classificação da Liga fica ainda mais “embrulhada” e com várias equipas separadas por poucos pontos: o Real ocupa o primeiro lugar com 15 pontos, mais um do que Atlético e Granada e mais dois do que Barcelona e Real Sociedad que, defronta este domingo o Sevilha e pode chegar ao topo em caso de triunfo.