A PlayStation 5, a próxima consola da Sony, já foi anunciada oficialmente. Sem pompa nem circunstância, aquela que vai ser a próxima geração dos videojogos foi confirmada no blog oficial da PlayStation nesta terça-feira. Em 8 respostas, deixamos o que já sabe sobre a máquina que a Sony tem para concorrer com os computadores, a Nintendo e a Microsoft.

Quando é que sai?

Segundo a Sony, a próxima consola PlayStation vai chegar ao mercado “na época natalícia de 2020”.

O nome muda?

O nome mantém a mesma lógica que a Sony seguiu até a agora, mudando apenas o número final. A PlayStation 5, ou “PS5”, diminutivo que tem sido utilizado, sucede aos modelos PS4 e PS4 Pro.

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Então o que muda?

Na prática, o hardware. Apesar de a PS4 Pro, a versão mais avançada da PlayStation, ser uma das consolas mais potentes do mercado, já tem três anos (saiu em 2016). Além disso, esta consola, por ser das mais potente e permitir imagens em 4K, estava restrita a jogos que também tinham de ser lançados no modelo base, lançado em 2013. Agora, com a PS5, o hardware pode mudar completamente.

A nova consola deverá ter um novo sistema operativo preparado para um novo processador, da Ryzen, mais potente do que o atual, como avançou a Wired. Além disso, a PS5 vai utilizar armazenamento SSD (Solid State Drive) em vez do atual HDD (Hard Disk Drive). Esta é, provavelmente, a maior mudança desta nova consola. Explicado de forma simples, isto em muito se deve aos discos SSD que permitem que, hoje, já não tenhamos de esperar muito tempo para o sistema operativo de alguns computadores carregar completamente. Ou seja, fica tudo mais rápido.

Além destas novidades, a consola deverá já estar preparada para televisões 8K, segundo diz o Eurogamer. E é garantido que já vai estar preparada para imagens 4k e continuar a ler discos Blu-Ray, agora com mais espaço, até 100GB.

Como vão ser o comandos?

A principal novidade deste anúncio recaiu sobre os controlos da consola. À semelhança da Nintendo Switch, a Sony aposta numa “tecnologia háptica” de vibração. Na prática, o comando vai vibrar de forma mais real.

Como explica a PlayStation, “a sensação de bater numa parede com um carro de corrida vai ser muito diferente da sensação que se tem quando se faz um carrinho num campo de futebol”. Além disso, “os jogadores vão ser capazes de sentir uma grande variedade de texturas quando correm através de campos ou quando se movimentam pela lama”. Vai ser exatamente assim, só experimentando. Se for como a Nintendo Switch, é uma especificação interessante mas que, a longo prazo, perde interesse.

Além desta novidade, a PlayStation diz, no comunicado de divulgação da nova consola, que os comandos vão ter “gatilhos adaptáveis”. Com a PS3 — com o comando SixAxis, que não tinha vibração — a empresa mudou o design dos botões traseiros inferiores L2 e R2 para poderem ser carregados a fundo, como um pedal.

Com o DualShock 4, já na PS4, a sensibilidade foi melhorada. Agora, a PlayStation afirma que os programadores vão poder definir a resistência destes controlos de forma a “sensação tátil de disparar uma flecha com um arco ou de acelerar com um veículo num terreno acidentado”. Ou seja, o comando vai exigir que utilize diferentes níveis de intensidade ao carregar e vai ter uma sensibilidade diferente consoante o cenário.

Relativamente ao design, ainda não há imagens, mas não faltam rumores. Um ecrã embutido? Mais botões traseiros? Só em 2020 é que se deve saber.

O que vai ser diferente nos jogos?

A mudança do SSD pode ser drástica nos jogos da consola. Como contou o presidente executivo da Sony Interactive Entertainment à mesma revista, num jogo como o Homem-Aranha, os programadores ficam com mais espaço — e facilidade — para criar mais conteúdos e fluidez num videojogo. Ou seja, como não há tanta preocupação com a limitações de um HDD, que por vezes fazia com que tivessem de ser criados inúmeras vezes ficheiros iguais dentro do disco rígido para o jogo ser mais rápido, os mundos de jogo podem ser “maiores e mais detalhados”.

Apesar das boas notícias, parece que um dos problemas da PS4 continua neste modelo: a necessidade de instalar os jogos antes de jogar. Já longe vão os tempos da PlayStation, em que bastava sentarmo-nos e jogar um videojogo. Agora, com um jogo novo, é preciso sempre contar com tempo de instalação até dar para jogar (com o Red Dead Redemption, por exemplo, demora no mínimo mais de uma hora). Contudo, a Sony quer menorizar este problema. Com a PS5 e a utilização do SSD, vai ser possível instalar apenas partes do jogo em bloco. Por exemplo, se um jogador quiser jogar o modo singleplayer (para uma pessoa) apenas, instala só essa parte e gere dessa forma o espaço livre.

Por fim, mesmo com instalações de jogos e um futuro da PlayStation que pode ter “Netflix dos jogos” com planos de subscrição e videojogos na Cloud, uma coisa parece continuar: os jogos físicos.

Em 2013, a PlayStation conseguiu ganhar a guerra das consolas contra a Xbox One, da Microsoft, muito por um vídeo (abaixo): em 22 segundos, a empresa afirmou que um jogo físico pode continuar a ser emprestado como sempre foi (a Microsoft tinha planeado obrigar os jogadores a vincularem os todos jogos a uma conta, até os comprados em formato físico). Ou seja, mesmo dando para comprar jogos pela Internet e a PlayStation continuar a apostar em formatos na cloud (nuvem), a consola pode funcionar sem estar ligada à rede e os jogos físicos podem continuar a ser partilhados.

Ainda vale a pena comprar uma PlayStation 4?

A resposta é nim. Com o anúncio da PlayStation 5 também se ditou o fim da PS4. Mesmo faltando mais de um ano para o lançamento, as produtoras de jogos vão começar a criar as melhores versões dos jogos para esta consola. Contudo, depois do lançamento, e à semelhança do que aconteceu noutras transições de geração de consolas, os principais jogos vão sair em duas versões para a consola, durante um ano e meio após o lançamento .

Resumindo, uma PS4 ainda vai estar minimamente atualizada nos próximos dois anos, mesmo que isso implique não se jogar a melhor versão de um jogo. Ainda não há preço anunciado para a PS5, mas, se tiver um preço semelhante à PS4 no lançamento, vai custar cerca de 400 euros. E isto sem jogos adicionados. Atualmente, a versão revista da PS4, a PS4 Slim, custa cerca de 300 e costuma haver regularmente várias promoções que diminuem este valor. E há sempre outras consolas.

E se já tiver uma PS4, os meus jogos vão funcionar na PS5?

Sim. Em abril, a PlayStation disse em entrevista à The Wired que a nova consola é “baseada em parte na arquitetura da PS4 e, por isso, também será compatível com os jogos dessa consola”. Além disso, o PSVR, o capacete de realidade virtual lançado para a PS4, vai funcionar também com a nova consola.

O que é que isto muda na minha vida?

Os videojogos não são, de todo, uma coisa de crianças. Cada vez mais, há jogos com orçamentos maiores do que as maiores produções de Hollywood e esta indústria já supera em vários mercados, como o britânico, a do cinema e da música juntas.

Foi com o lançamento da PS2 que os DVD chegaram a milhões de casas. Atualmente, esta ainda é a consola que mais vendeu em todo o mundo: vendeu cerca de 155 milhões de unidades. A PS4 já vendeu mais de 100 milhões até hoje. Em suma, uma nova consola PlayStation é uma mudança num mercado que pode impactar a forma como lhe chegam conteúdos e como se podem ver novas tendências de mercado e da sociedade. Não acredita? Há uns anos também não acreditávamos que era possível viver exclusivamente a jogar videojogos e há, atualmente, vários youtubers e influencers que vivem apenas disso. E não falamos dos eSports, que, como já mostrou o New York Times, já são alvo de debate: poderão um dia ser considerados um desporto olímpico?